Pequenas e médias empresas florestais serão as mais afetadas por aumento de tarifas dos EUA
A indústria florestal chilena está em estado de alerta máximo diante da iminente aplicação de tarifas por parte dos Estados Unidos sobre as importações de madeira macia e serrada, que começarão a vigorar a partir de amanhã. A Corporação Chilena da Madeira (Corma) fez um apelo urgente às autoridades para que ajam rapidamente e em colaboração com os sindicatos setoriais, a fim de mitigar o impacto dessas medidas impostas recentemente pelo presidente Donald Trump.
Rodrigo O'Ryan, presidente da Corma, expressou sua preocupação com as pequenas e médias empresas (PMEs), que serão as mais afetadas pelas tarifas de 10% sobre a madeira e 25% sobre os produtos manufaturados de madeira. O'Ryan enfatiza a necessidade de manter e potencialmente fortalecer as relações comerciais com os EUA, ou buscar alternativas que permitam uma adaptação gradual às novas condições sem um impacto severo a curto prazo.
A incerteza gerada por essas tarifas é considerável, e seu efeito concreto na indústria ainda é difícil de quantificar. No entanto, antecipa-se que os produtos chilenos ficarão mais caros no mercado estadunidense, afetando a competitividade frente a países isentos dessas tarifas, como Canadá e México. Além disso, espera-se que os mercados comecem a se reorganizar, o que poderia aumentar a pressão sobre os volumes e preços de exportação chilenos.
Os Estados Unidos são o segundo destino mais importante para as exportações florestais do Chile, representando 18,4% de participação. Com 97,9% dos produtos exportados para os EUA sujeitos às novas tarifas, o setor enfrenta um momento crítico, exacerbado pela menor disponibilidade de madeira devido a incêndios, à falta de políticas de incentivo, à diminuição da demanda interna e ao aumento dos custos estruturais.
A situação atual exige uma resposta coordenada e estratégica que envolva tanto a diplomacia comercial quanto medidas de apoio internas. A Corma insta as autoridades a trabalharem conjuntamente com a Chancelaria e a Subsecretaria de Relações Econômicas Internacionais (Subrei) para negociar exclusões ou reduções tarifárias naqueles produtos onde o Chile é um parceiro estratégico.
A indústria florestal chilena está em um ponto de inflexão, e as decisões tomadas nos próximos dias serão cruciais para seu futuro.