Rede Futuro Madeira pede diálogo e avaliação técnica na definição de sítios prioritários para conservação
Os sindicatos do mundo florestal, agrupados na rede Futuro Madeira, expressamos nossa preocupação com o processo de definição de sítios prioritários para a conservação impulsionado pelo Serviço de Biodiversidade e Áreas Protegidas (SBAP), atualmente em consulta pública.
Como representantes de um setor produtivo com ampla implantação territorial, compartilhamos plenamente o objetivo de proteger a biodiversidade e fortalecer a institucionalidade ambiental do país, mas consideramos que este processo requer um diálogo de melhor qualidade, com mais informação e coordenação com os diferentes atores produtivos e as comunidades que poderiam ser afetadas pelas novas zonificações.
Hoje não existe margem de erro. O setor florestal vive um momento especialmente crítico: frequentemente sofre atos de violência e insegurança, enfrenta uma queda sustentada da capacidade produtiva, a perda de superfície plantada após os incêndios, uma séria falta de abastecimento de matéria-prima, uma lei de recuperação do bosque nativo que teve um desempenho magro e a aplicação de tarifas à madeira nacional que agravam ainda mais sua competitividade. Tudo isso ocorre em um cenário de ausência de políticas públicas reativadoras, que deixaram as pequenas e médias empresas do setor em uma situação de alta vulnerabilidade.
Por isso, solicitamos ao Ministério do Meio Ambiente que amplie o prazo da consulta pública para garantir que este processo incorpore avaliações técnicas e socioeconômicas transparentes, e que se abra um espaço de trabalho conjunto com especialistas, profissionais florestais e proprietários que permita construir soluções equilibradas.
Proteger a biodiversidade e promover o desenvolvimento sustentável são objetivos que devem avançar de mãos dadas, com diálogo, evidências e sentido de país.
A Rede Futuro Madeira é composta por Acoforag, Corma, Colegio de Ingenieros Forestales de Chile, Pymemad, Achbiom e Aprobosque