Exportações florestais de Ñuble caem 58% em setembro, arrastadas pela baixa da celulose
As exportações florestais da Região de Ñuble registraram uma forte contração durante setembro de 2025, alcançando apenas US$ 25,4 milhões, o que representa uma queda interanual de 58,1%, de acordo com o Boletim Regional de Exportações Silvoagropecuárias elaborado pelo Escritório de Estudos e Políticas Agrárias (Odepa) com dados do Serviço Nacional de Alfândegas.
A diminuição se explica principalmente pelo menor valor dos envios de celulose, que continua sendo o produto mais relevante do setor, mas que enfrenta um cenário internacional desfavorável, marcado por uma queda sustentada nos preços e uma menor demanda global.
No acumulado de janeiro a setembro deste ano, os embarques florestais de Ñuble somaram US$ 457,6 milhões, registrando uma baixa de 15,7% em relação ao mesmo período de 2024. Este retrocesso reflete o impacto dos ajustes no mercado da celulose, que reduziu suas margens em toda a indústria, afetando diretamente os produtores e exportadores da região. No entanto, alguns segmentos do setor florestal conseguiram manter um desempenho positivo, mostrando a diversificação progressiva do setor em Ñuble.
Entre eles destacam-se as exportações de madeiras elaboradas, que cresceram 20,2%, totalizando US$ 146,2 milhões, impulsionadas por uma maior demanda de produtos acabados em mercados latino-americanos e asiáticos. Também as madeiras serradas mostraram um importante dinamismo, com uma alta de 38,5% e envios de US$ 95,8 milhões, o que evidencia uma recuperação na cadeia de valor da indústria secundária da madeira.
Ainda assim, a celulose continua sendo o motor principal do setor, com US$ 213,2 milhões exportados entre janeiro e setembro, apesar de seu retrocesso de 38,8%. O descenso se atribui tanto à redução de preços internacionais quanto à menor atividade de mercados-chave, como China e Europa, que desaceleraram sua demanda por insumos industriais diante da incerteza econômica global.
Em nível geral, as exportações silvoagropecuárias de Ñuble somaram US$ 52 milhões em setembro, com uma contração de 37,4% frente ao mesmo mês de 2024. No balanço nacional, os envios do setor mostraram uma baixa de 3% acumulada, com descensos de 4,6% no setor florestal e 3,9% no agrícola, cifras que refletem uma desaceleração generalizada, embora mais pronunciada em regiões com forte peso florestal, como Ñuble.
