Acoforag alerta sobre incêndios e crise do setor florestal: "A prevenção é fundamental"
O gerente da Associação de Contratantes Florestais (Acoforag), René Muñoz, alertou sobre a gravidade dos incêndios florestais num cenário de mudança climática. Em entrevista à Vértice TV, destacou que já existem entre 300 mil e 350 mil hectares perdidos que não foram replantados, tornando-se combustível para futuros sinistros. "Quando se combinam ondas de calor, ventos de 60 km/h e baixa humidade, os incêndios de quinta ou sexta geração são incontroláveis. A única coisa que resta é prevenir", enfatizou.
Entre as medidas, mencionou a suspensão de trabalhos agrícolas e florestais em dias críticos, patrulhas preventivas com apoio de policiais e militares, e até restrições como o corte de fornecimento elétrico, tal como ocorre nos Estados Unidos.
O dirigente lembrou que o Chile já sofreu mega-incêndios em 2017 e 2023, com efeitos devastadores no território e na população. "A comunidade precisa entender que, em condições extremas, não há capacidade de controlo, apenas de prevenção", afirmou.
À ameaça de incêndios soma-se um complexo panorama económico para o setor. Com exportações para os Estados Unidos que superam os US$ 1.500 milhões anuais, a aplicação de uma tarifa de 10% a produtos como molduras e peças elaboradas poderá gerar perdas de US$ 150 milhões. "Isso reduz a competitividade e tensiona toda a cadeia produtiva", advertiu Muñoz.
O dirigente acrescentou que o país precisa retomar políticas de florestação e reflorestação. "Temos 2 milhões de hectares erosionados que poderiam ser plantados. Sem reposição, periga inclusive a capacidade de captura de carbono das florestas, que hoje representa cerca de 60% das emissões nacionais", concluiu.
A entrevista completa no canal do Youtube da Vértice TV: