Indústria florestal chilena enfrenta retrocesso nas exportações em 9 meses
A indústria florestal chilena, um dos pilares do comércio exterior do país, encerrou os primeiros nove meses de 2025 com um retrocesso nas suas exportações, em contraste com o desempenho positivo global da balança comercial. Segundo dados da Subsecretaria de Relações Econômicas Internacionais (Subrei), os envios florestais atingiram US$ 4.450 milhões, o que significa uma queda de 4,3% em relação ao mesmo período de 2024.
A queda foi explicada pela diminuição nas remessas de celulose e madeira fechada, dois dos itens mais tradicionais da cesta exportadora do setor. No entanto, o relatório também mostra uma mudança na tendência: os produtos com maior grau de elaboração registraram um aumento. Entre eles destacam-se a madeira compensada, portas e construções pré-fabricadas, que começam a ganhar terreno nos mercados internacionais.
Um contraste com o resto do comércio exterior
No balanço geral, o Chile encerrou janeiro-setembro com um crescimento de 7,8% no seu intercâmbio comercial, totalizando US$ 145.660 milhões. As exportações somaram US$ 76.959 milhões, o que representa um aumento de 4,7% e o maior valor registrado na história para esse período.
Os envios mineiros lideraram o aumento, com vendas de US$ 44.059 milhões (+5,9%), onde o cobre e o lítio marcaram máximos históricos. Também a indústria alimentícia mostrou um sólido avanço (+7,7%), impulsionada por salmões, jureis, frutas frescas e produtos orgânicos.
Em contrapartida, a indústria florestal — juntamente com o vinho, que também registrou quedas — evidenciou as maiores dificuldades para sustentar os volumes exportados.
O desafio de inovar e agregar valor
Especialistas do setor têm destacado que estes resultados confirmam a necessidade de aprofundar a transição para produtos de maior valor agregado, capazes de competir não apenas por volume, mas também por design, inovação e sustentabilidade.
Nessa linha, os envios de construções pré-fabricadas em madeira, portas e compensados são vistos como um sinal de que o setor começa a diversificar sua oferta e adaptar-se às tendências da construção sustentável a nível mundial.
Florestal: luzes e sombras
A indústria florestal continua sendo um ator chave do comércio exterior chileno. Sua contribuição, mesmo com a queda registrada em 2025, mantém-se em torno de US$ 4.450 milhões em nove meses. O desafio para os próximos anos será potencializar ainda mais os produtos com valor agregado e consolidar a imagem do Chile não apenas como exportador de celulose e madeira em bruto, mas como um país capaz de inovar e posicionar-se no mercado mundial da construção em madeira e dos bioprodutos.