Conaf e UE fortalecem cooperação contra incêndios florestais
Em uma visita técnica, a Corporação Nacional Florestal reforçou os laços de cooperação com a União Europeia e compartilhou os avanços tecnológicos que posicionam o Chile como referência regional no monitoramento e gestão de incêndios florestais.
Em Bruxelas, a Corporação Nacional Florestal, liderada pelo diretor executivo Rodrigo Illesca, realizou uma visita técnica ao Centro de Coordenação de Resposta a Emergências (ERCC), vinculado à Direção-Geral da Proteção Civil e Operações de Ajuda Humanitária (DG ECHO) da Comissão Europeia, com o propósito de fortalecer a cooperação técnica internacional e apresentar as ferramentas nacionais desenvolvidas para o monitoramento, análise e avaliação de incêndios florestais.
"Esta visita consolida a cooperação entre o Chile e a União Europeia, permitindo-nos compreender melhor como opera o mecanismo de cooperação e a análise de cenários em emergências. Além disso, nos permite compartilhar como a ciência e a tecnologia fortalecem nossa gestão de incêndios florestais, integrando-nos em redes globais de observação e análise", afirmou o diretor executivo da Conaf, Rodrigo Illesca.
A jornada de trabalho foi guiada por Héctor Alfaro Fernández, especialista nacional destacado da Direção-Geral da Proteção Civil e Operações de Ajuda Humanitária, que expôs sobre o funcionamento do Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia (UCPM) e seus três níveis de resposta:
Capacidades nacionais, oferecidas diretamente pelos Estados-membros;
European Civil Protection Pool (ECPP), que agrupa módulos certificados sob padrões comuns;
rescEU, frota estratégica europeia de meios aéreos e terrestres financiada pela Comissão Europeia, criada após os incêndios de Portugal em 2017 para assegurar uma capacidade mínima de resposta continental.
Chile e o Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia
Durante a apresentação, Alfaro destacou a ativa participação do Chile em desdobramentos do Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia em 2017, 2023 e 2024, colaborando com diferentes módulos internacionais e mantendo comunicação operacional direta com os Duty Officers do Centro de Coordenação de Resposta a Emergências durante emergências.
"A última palavra sempre é do país afetado. Nenhum recurso é desdobrado sem a aceitação explícita do país solicitante", afirmou Alfaro, sublinhando os aprendizados obtidos após os incêndios de 2017 e a importância dos protocolos de interoperabilidade e continuidade operacional implementados desde então.
Igualmente, explicou que a ativação do Mecanismo permite alertar simultaneamente 37 Estados participantes (27 da União Europeia e 10 associados), e que cada oferta internacional deve ser validada pelo país receptor antes de seu desdobramento.
Apresentação da Conaf
A delegação da Conaf, integrada pelo diretor executivo, Rodrigo Illesca; o gerente de Proteção contra Incêndios Florestais, Andrés Benedetto, e o chefe do Departamento de Desenvolvimento e Pesquisa da mesma gerência, Jorge Saavedra, apresentou o Geoportal de Ferramentas de Apoio à Gestão e Monitoramento de Incêndios Florestais, plataforma que reúne os principais sistemas tecnológicos da instituição, organizados em três módulos:
Prevenção: Previsão de risco, Botão Vermelho, anomalias EVI e risco de interface urbano-florestal.
Monitoramento: Relatório de incêndios em andamento, PYROCAST (meteogramas), pontos FIRMS–NASA e painel de recursos aéreos.
Avaliação: Polígonos de Potencial de Fogo (PPIF), reconstruções GOES-16 e análise de eventos extremos (EWE).
Essas ferramentas, desenvolvidas pela equipe de Desenvolvimento e Pesquisa da gerência de Proteção contra Incêndios Florestais, fortalecem a tomada de decisões baseada em evidências científicas e o planejamento frente a incêndios de comportamento extremo.
O gerente de Proteção contra Incêndios Florestais, Andrés Benedetto, destacou: "O Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia é uma referência de interoperabilidade e eficiência. O Chile participou dos desdobramentos de 2017, 2023 e 2024, e como Conaf continuaremos contribuindo a partir da cooperação técnica e do intercâmbio de capacidades operacionais."
