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Novo paradigma: por que a madeira lidera a transição para uma indústria mais sustentável?

Novo paradigma: por que a madeira lidera a transição para uma indústria mais sustentável?

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O Dia Mundial da Construção convida à reflexão sobre o presente e o futuro de uma das atividades mais determinantes para o desenvolvimento humano. Hoje, porém, essa reflexão adquire uma urgência inédita: O setor da construção é responsável por quase 40% das emissões globais de carbono, e a forma como construímos nossas moradias, escolas, hospitais e cidades determinará em grande medida o sucesso ou o fracasso da luta contra a mudança climática.

Nesse contexto, a madeira deixou de ser uma alternativa marginal para se tornar o coração de uma transformação profunda. Não se trata apenas de uma mudança técnica ou estética, mas de um novo paradigma construtivo.

O recente relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e da Universidade de Yale, intitulado “Materiais de construção e o clima: construindo um novo futuro”, adverte que a cada cinco dias são edificadas no mundo construções equivalentes ao tamanho de Paris.

Este ritmo de urbanização, insustentável sob os modelos tradicionais baseados em cimento e aço, exige adotar materiais de base biológica —como a madeira— capazes de reduzir as emissões em até 40% até 2050.

Países de todos os continentes avançam em direção a políticas que promovem a eficiência energética, a descarbonização dos materiais, a reutilização de edificações existentes e a incorporação de tecnologias modulares e pré-fabricadas.

Na Argentina, essa mudança também começa a ser sentida. A indústria madeireira, acompanhada pela FAIMA e suas 28 câmaras associadas em todo o país, impulsiona uma agenda que combina sustentabilidade, inovação e competitividade.

O objetivo não é pequeno: posicionar a madeira como eixo estratégico do desenvolvimento construtivo nacional, articulando a demanda de moradias, o aproveitamento responsável do recurso florestal e a criação de emprego de qualidade em todo o território.

Transformação global do setor

A transformação que atravessa hoje a construção a nível mundial não tem precedentes. Em apenas uma década, o conceito de “edifício sustentável” passou de ser uma aspiração de nicho a se tornar um padrão técnico e ético que redefine políticas públicas, normativas e cadeias de valor.

A mudança se acelera, além disso, impulsionada pelos compromissos assumidos no Acordo de Paris e por relatórios internacionais que colocam o setor do ambiente construído no centro da agenda climática global.

Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), o setor da edificação e da construção representa hoje 37% das emissões globais de gases de efeito estufa e consome mais de um terço da energia total do planeta.

Diante deste cenário, os organismos internacionais propõem uma guinada urgente: abandonar o modelo linear baseado em materiais de alta intensidade energética —cimento, aço e alumínio— e avançar para uma economia circular que priorize o uso de materiais renováveis, recicláveis e de baixa pegada de carbono, encabeçados pela madeira.

O relatório “Materiais de construção e o clima: construindo um novo futuro”, elaborado pelo PNUMA junto com a Universidade de Yale, propõe uma estratégia de três frentes —Evitar, Mudar, Melhorar— para descarbonizar o setor.

  1. Evitar: reduzir a necessidade de novas construções mediante a reutilização de edifícios existentes e o design circular, o que pode diminuir entre 50 e 75% as emissões.
  2. Mudar: substituir materiais convencionais por alternativas de base biológica como madeira, bambu ou biomassa, que poderiam gerar economias de até 40% nas emissões acumuladas até 2050.
  3. Melhorar: otimizar os processos produtivos do aço, cimento e vidro que não podem ser substituídos, mediante tecnologias de captura e eficiência energética.

O resultado desta transição já é visível. Na Europa, projetos como o Mjøstårnet na Noruega (18 andares) ou o Sara Kulturhus na Suécia (20 andares) demonstram que a madeira pode competir em altura, resistência e durabilidade com os materiais tradicionais, oferecendo além disso benefícios térmicos, acústicos e estéticos superiores.

Nos Estados Unidos, Japão, Canadá e Austrália, a construção industrializada e modular em madeira avança a um ritmo sustentado, respaldada por políticas públicas, incentivos fiscais e normativas de construção em altura.

A evolução argentina: uma mudança cultural e industrial

Na última década, a Argentina começou a percorrer um caminho de transformação similar ao que já atravessam os países mais avançados em matéria de construção sustentável. Embora ainda existam desafios estruturais —como a atualização normativa, a capacitação técnica e a disponibilidade de financiamento verde—, a mudança cultural é inegável.

“O mercado da construção com madeira na Argentina encontra-se em um processo de crescimento sustentado, apesar das dificuldades que se apresentam no caminho”, explica Daniel Vier.

“Comparado com 10 ou 20 anos atrás, observa-se uma mudança significativa na demanda e na oferta: a madeira passou de ser um material decorativo ou rural, a se posicionar como uma opção moderna, eficiente e sustentável para obras de qualquer escala”.

As razões são múltiplas. Por um lado, a crescente consciência ambiental e os compromissos internacionais assumidos pelo país impulsionam uma revisão profunda das práticas construtivas.

Por outro, a necessidade de moradias mais eficientes, rápidas e acessíveis promove a adoção de sistemas construtivos como o Platform Frame e os painéis SIP (Structural Insulated Panels), que permitem uma execução mais limpa, previsível e com menos desperdício.

Em regiões como a Mesopotâmia e a Patagônia, a cadeia de valor da madeira gera milhares de empregos diretos e indiretos, dinamizando economias regionais e fortalecendo a oferta de produtos nacionais certificados.

Desde a FAIMA, a visão é clara: a madeira não é apenas um material de construção, mas uma ferramenta de desenvolvimento industrial e ambiental. Integrar a produção florestal sustentável com a construção eficiente abre uma oportunidade estratégica para o país. Permite reduzir emissões, substituir importações, gerar emprego de qualidade e ampliar a oferta habitacional, em linha com as metas de descarbonização global.

Os desafios que vêm: política, tecnologia e capacitação

O caminho para uma construção verdadeiramente sustentável não depende apenas da escolha de materiais. Requer também um ecossistema de políticas, inovação e conhecimento capaz de sustentar essa mudança no tempo. Na Argentina, esse processo já está em marcha, embora ainda enfrente barreiras que devem ser resolvidas de maneira integral e coordenada.

Um dos principais desafios é a atualização normativa. A madeira como material estrutural ainda enfrenta vazios ou limitações nos códigos de edificação de algumas jurisdições, o que restringe seu uso massivo.

Outro ponto chave é a formação profissional. Arquitetos, engenheiros, construtores e técnicos necessitam de ferramentas atualizadas para projetar, calcular e executar obras em madeira de forma segura e eficiente. Desde a FAIMA, junto a suas câmaras associadas, impulsiona-se um trabalho articulado com universidades, institutos técnicos e organismos públicos para fortalecer a capacitação e a transferência de conhecimento em todos os níveis.

A inovação tecnológica também será determinante. A digitalização dos processos, o design paramétrico, o uso de BIM (Building Information Modeling) e a industrialização de componentes em fábrica são tendências que já transformam a forma de construir.

Finalmente, o financiamento verde e os incentivos fiscais jogarão um papel central. No mundo, os países que mais avançaram em construção sustentável o fizeram combinando políticas públicas com marcos de estímulo ao setor privado. A adoção de créditos verdes, a certificação de pegada de carbono e os padrões ambientais nas compras públicas são ferramentas que a Argentina pode e deve potencializar.

Fonte:Notícias Agropecuárias

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