Incêndios florestais: municípios que carecem de Plano Comunal de Emergência explicam a falta
Perto do início da temporada de incêndios florestais, três municípios da região de Biobío: Los Álamos, San Rosendo e Tucapel ainda não possuem um Plano Comunal de Emergências aprovado, deixando milhares de habitantes propensos ao risco de incêndios ou qualquer catástrofe.
O Plano Comunal de Emergências é um meio pelo qual se coordena como se atuará diante de uma crise, possuindo rotas de evacuação claras, zonas seguras, recursos disponíveis e protocolos de comunicação, o que o torna imprescindível.
Cada município tem a obrigação de elaborar seu plano, por meio da Unidade de Gestão de Risco e Desastre (UGRD), conforme a Lei 21.374 que criou o Sistema de Prevenção e Resposta a Desastres (Senapred).
Biobío tem sido uma das regiões mais afetadas nos últimos anos pelos incêndios de verão; por isso, a falta de medidas e o planejamento marcam uma preocupação e pressão sobre as autoridades desses municípios, que se encontram contra o tempo.
Juan Carlos Escobar, encarregado da unidade de risco e desastre, da Prefeitura de Tucapel, comenta a respeito: "O município está em elaboração de um Plano Comunal de Emergência, que está sendo trabalhado pela Unidade de Gestão de Risco. Levamos aproximadamente 40% de avanço e devemos tê-lo aprovado no mês de março".
No entanto, isso demonstra a lacuna de recursos nos municípios, pois, enquanto Concepción, Penco e San Pedro de la Paz contam com seus planos atualizados, simulacros e estratégias coordenadas, os setores mencionados ficam para trás devido à falta de bens, como é o caso de Los Álamos.
"Não o havíamos submetido por falta de recursos; esperávamos fazê-lo com uma consultoria, mas não pudemos. Inscrevemo-nos nos concursos do Senapred, para a contratação de um profissional que pudesse ver os planos ou a consultoria; também não fomos selecionados", comenta Matías Virquilao, encarregado de Gestão de Prevenção e Controle de Riscos de Los Álamos, a respeito.
Da mesma maneira, Virquilao explicou que o plano anterior submetido foi no ano de 2022, e que no atual serão incluídas zonas antes não consideradas.
"Incluímos a zona costeira que mede a cota 30, onde temos oito famílias com possível risco de tsunami", precisou.
Do Senapred, manifestou-se a importância de que cada setor do Biobío cumpra a obrigação de um Plano de Emergências de forma pronta antes do início da temporada estival, considerando as catástrofes ocorridas devido às altas temperaturas e ao aumento da seca nos últimos anos na região.
O chamado do Senapred
Em um artigo publicado há poucos dias pelo Diario Concepción, o diretor regional do Senapred Biobío, Alejandro Sandoval, explicou que a instituição opera como articuladora dos organismos do Sistema Nacional de Prevenção e Resposta a Desastres, especialmente em épocas de alto risco como o verão.
Indicou que a coordenação se mantém durante todo o ano mediante dois pilares: a Mesa de Gestão de Risco, que reúne Conaf, Corma, municípios, Forças Armadas e outros atores; e os Comitês de Gestão de Risco de Desastres (Cogrid) em nível regional, provincial e comunal.
No entanto, enfatizou que cada prefeitura deve cumprir sua parte: "Os municípios têm o dever legal de contar com seu Plano Comunal de Emergência e seu Plano de Redução do Risco de Desastres. São eles que estabelecem quais capacidades possuem e com quem vão se coordenar diante de uma ameaça". Nesta tarefa, Los Álamos, San Rosendo e Tucapel ainda não completaram o processo.
Também destacou que os municípios devem proporcionar apoio logístico e executar evacuações se os incêndios o merecerem. "Bombeiros, Conaf e os recursos privados combatem o fogo, mas o suporte municipal é fundamental, especialmente para evacuar e assistir a população", ressaltou.
Fonte:Diario Concepción
