Cadastro da Conaf revela que mais da metade de Ñuble está coberta por florestas
A Corporação Nacional Florestal (Conaf) apresentou os resultados do Cadastro de Recursos Vegetacionais e Uso da Terra da Região de Ñuble, correspondente ao período de monitoramento 2015-2024, revelando que 50,4% da superfície regional está coberta por ecossistemas florestais, consolidando Ñuble como uma das regiões com maior presença de vegetação arbórea no centro-sul do país em relação à superfície regional.
Deste total, 28,6% corresponde a plantações florestais, 20,3% a floresta nativa e 1,6% a florestas mistas. O cadastro permite conhecer em detalhe a distribuição e características dos ecossistemas vegetacionais, bem como atualizar os usos da terra e precisar os serviços ecossistêmicos que os recursos florestais proporcionam, essenciais para a gestão ambiental e o desenvolvimento sustentável.
A apresentação dos resultados foi liderada pelo diretor regional da Conaf Ñuble, Juan Salvador Ramírez; o secretário regional ministerial da Agricultura, Antonio Arriagada; e a chefe do Depto. de Monitoramento da Gerência de Fiscalização Florestal e Avaliação Ambiental da Conaf, Francoise Pincheira; que destacaram a importância de contar com informações atualizadas para orientar decisões em matéria de conservação, ordenamento territorial e política pública.
Durante o processo, foram revisadas as superfícies associadas a cada uso da terra e a distribuição dos ecossistemas florestais e seus tipos florestais.
O diretor da Conaf Ñuble, Juan Salvador Ramírez, salientou que "este cadastro revela que mais de 50% da superfície da região está coberta por massa florestal, seguida por 30% de terrenos agrícolas e 10% de pastagens e arbustos, refletindo assim que Ñuble tem uma vocação agroflorestal, o que é chave para tomar decisões públicas baseadas em evidências, permitindo equilibrar os objetivos produtivos com a conservação do patrimônio natural e a ação frente às mudanças climáticas".
Sete tipos florestais
O cadastro identificou ainda sete tipos florestais que cobrem a totalidade da floresta nativa regional: Cipreste-da-Cordilheira, Carvalho-Raulí-Tepa, Esclerófilo, Lenga, Carvalho-Hualo, Carvalho-Raulí-Coigue e Sempre-Verde. Entre eles, o tipo Carvalho-Raulí-Coigue é o mais extenso, com 151.322 hectares (57% da floresta nativa), seguido por Lenga (54.760 ha, 21%) e Esclerófilo (35.814 ha, 13%).
Igualmente, foram detectadas 107 espécies vegetacionais com primeira dominância, destacando-se oito espécies sob categoria de conservação ameaçada, entre elas: Beilschmiedia berteroana, Crinodendron patagua, Gomortega keule, Eucryphia glutinosa, Legrandia concinna, Pitavia punctata, Prumnopitys andina e Citronella mucronata.
O secretário regional ministerial da Agricultura, Antonio Arriagada, destacou que "Ñuble é uma região que respira floresta. Mais da metade de nossa superfície está coberta por ecossistemas florestais, o que confirma o potencial que temos como território sustentável, diverso e com um futuro baseado na proteção e no manejo responsável de nossos recursos. Desta forma, este cadastro permite orientar melhor os programas de reflorestamento, planejar o desenvolvimento agrário com critérios de sustentabilidade e avançar em uma agricultura que reconheça a importância dos serviços ecossistêmicos para a produção e a vida em comunidade".
O estudo também analisou as mudanças de uso do solo entre 2015 e 2024, considerando validações mediante fotointerpretação e informação auxiliar proveniente de planos de manejo, cobertura de incêndios florestais, planos de recuperação de terrenos agrícolas e o Sistema Integrado de Monitoramento de Ecossistemas Florestais (SIMEF).
Francoise Pincheira, chefe do Depto. de Monitoramento da Gerência de Fiscalização Florestal e Avaliação Ambiental da Conaf, assinalou que "contar com informações atualizadas sobre os usos do solo é importante para esta região, pois valoriza os serviços ecossistêmicos que as florestas e a vegetação aportam, como a proteção do solo, a regulação hídrica, a captura de carbono e o bem-estar que proporcionam às comunidades".
