Setor florestal aprofunda queda das exportações do Biobío em outubro de 2025
O setor florestal voltou a se posicionar como o principal fator por trás do desempenho negativo das exportações da Região do Biobío durante outubro de 2025. De acordo com o Boletim de Exportações do Instituto Nacional de Estatísticas (INE), os envios regionais atingiram US$ 315,9 milhões, o que representa uma contração interanual de 42,4% e uma queda acumulada de 16,1% no ano até a data.
Embora o Biobío mantenha seu perfil exportador baseado na indústria, particularmente nas atividades florestais, a magnitude do retrocesso evidencia um cenário complexo para um dos pilares produtivos da região. O setor Indústria concentrou 95,9% do total exportado, mas registrou uma diminuição de 44,1% em doze meses, arrastado pela baixa nos envios florestais e de celulose.
Dentro deste contexto, a atividade florestal alcançou exportações de US$ 109,0 milhões em outubro, o que significou uma queda de 31,1% em relação ao mesmo mês de 2024. Apesar desta diminuição, o segmento manteve-se como a principal atividade econômica exportadora do Biobío, representando 34,5% do total regional.
Ainda mais pronunciada foi a contração da fabricação de celulose, papel e cartão, cujos envios totalizaram US$ 104,5 milhões, com uma baixa interanual de 59,5%. Em termos absolutos, esta atividade deixou de exportar mais de US$ 153 milhões em comparação com outubro do ano passado, transformando-se no principal fator de incidência negativa no resultado regional.
Celulose e madeira: os produtos mais afetados
A análise por produtos confirma o impacto na cadeia florestal. A celulose manteve-se como o principal bem exportado pela região, com US$ 93,6 milhões, equivalente a 29,6% do total. No entanto, este valor representa uma queda de 63,0% interanual, ou seja, US$ 159,3 milhões a menos que em outubro de 2024.
Outros produtos florestais tradicionais também mostraram retrocessos. A madeira serrada alcançou envios de US$ 46,2 milhões, com uma queda de 16,9%, enquanto a madeira compensada totalizou US$ 23,8 milhões, diminuindo 34,6% em doze meses. A eles somam-se baixas em painéis de fibra de madeira, perfis e molduras, refletindo uma contração transversal no setor.
Em conjunto, os principais produtos florestais continuam liderando o ranking exportador regional, mas com níveis significativamente inferiores aos observados no ano anterior, o que impacta diretamente a atividade industrial, o emprego e os encadeamentos produtivos associados ao segmento.
Menor demanda asiática atinge o setor
Desde a perspectiva dos mercados de destino, a queda do setor florestal está estreitamente vinculada à menor demanda internacional, especialmente da Ásia. Este continente concentrou 39,0% das exportações regionais, mas registrou uma contração interanual de 55,3%, equivalente a US$ 152,6 milhões a menos que em outubro de 2024.
A China, principal parceiro comercial do Biobío, reduziu suas compras em 67,5%, passando de US$ 178,4 milhões para US$ 57,9 milhões. Este declínio teve um impacto direto nos envios de celulose e outros produtos florestais, altamente dependentes desse mercado.
Os Estados Unidos mantiveram-se como o principal destino individual, com 24,5% de participação, embora também tenham apresentado uma queda de 17,3% interanual, confirmando que a desaceleração afeta os principais mercados do setor florestal regional.
Outros setores crescem, mas não compensam
Em contraste com o complexo panorama florestal, alguns setores mostraram resultados positivos. O setor silvoagropecuário cresceu 82,7%, impulsionado principalmente pela fruticultura, enquanto a pesca aumentou 25,9% e a mineração registrou uma alta significativa, embora com uma participação ainda marginal no total exportado.
No entanto, estes incrementos resultaram insuficientes para contrabalançar a queda da indústria florestal, que continua sendo o eixo central da matriz exportadora do Biobío.
Cenário desafiador para o principal motor exportador regional
Os números do INE confirmam que o setor florestal enfrenta um de seus períodos mais complexos dos últimos anos, marcado pela baixa nos volumes exportados, a contração dos principais mercados de destino e um cenário internacional menos favorável. Dado seu peso na economia regional, a evolução do segmento será chave para determinar o desempenho exportador do Biobío nos próximos meses e no fechamento do ano de 2025.
