CMPC realiza seu maior desdobramento contra o fogo: mil brigadistas e 21 aeronaves para a região
Com uma homenagem aos quatro brigadistas que faleceram num incêndio florestal na comuna de Los Sauces, região de La Araucanía, em janeiro deste ano, a CMPC apresentou sua estratégia de prevenção e combate a incêndios florestais para a temporada 2025-2026. A apresentação foi realizada na base Trilahue, localizada em Monte Águila, dentro da comuna de Cabrero, onde foram exibidos os aviões, helicópteros, veículos mecanizados terrestres e efetivos disponíveis para os próximos meses.
CUIDADO COM AS PESSOAS
Bernardo Larraín Matte, presidente da Empresas CMPC, lembrou dos brigadistas falecidos durante a temporada anterior: Duban Olate, José Luis Quezada, Cristián Guerra e Gabriel Toro.
"Quero dizer-lhes, aproveitando esta reflexão dolorosa, que a primeira prioridade é o cuidado das pessoas que trabalham na empresa, os contratados e os fornecedores. Estamos todos os dias desafiando-nos a melhorar as capacidades e formações para que esses perigos não ocorram", indicou.
Para Francisco Ruiz-Tagle, gerente geral da CMPC, a cerimônia foi fundamental porque permitiu destacar a coordenação necessária para enfrentar uma temporada de incêndios que, provavelmente, será muito complexa e onde a prevenção desempenhará um papel chave.
DESDOBRAMENTO LOGÍSTICO
Em relação aos recursos logísticos disponíveis, Ruiz-Tagle destacou que contam com 10 aviões Air Tractor (AT), duas aeronaves de coordenação e 9 helicópteros, entre eles um CH-46 Chinook com capacidade de 5.000 litros de água. Quanto ao pessoal, o gerente geral da CMPC assinalou que durante esta temporada estarão operacionais 145 brigadas, com um total de 1.083 homens e mulheres.
"Temos praticamente mais de 100 brigadas multipropósito que estão percorrendo todo o território nos dias de calor e de maior exposição ao fogo", ressaltou.
Junto com o anterior, destacou que hoje existem diversas comunidades e comissões de prevenção de incêndios florestais participando ativamente neste trabalho.
INTENCIONALIDADE E LEIS "MAIS DURAS"
A intencionalidade dos incêndios foi um dos assuntos centrais da atividade. Da Corporação Chilena da Madeira (Corma), seu presidente para as regiões do Biobío e Ñuble, Alejandro Casagrande, asseverou que é necessário que o Congresso crie leis "mais duras" para quem seja acusado pela justiça.
"O maior impulso que o país pode dar em matéria de prevenção é, efetivamente, aprovar uma muito boa Lei de Incêndios", indicou o representante.
Casagrande acrescentou que o trabalho entre o Ministério Público e as polícias é fundamental para dar com os responsáveis. No entanto, considera que as penas contra quem provoca incêndios por negligência são muito baixas.
A seu ver, é inaceptável que menos de 1% das denúncias cheguem a condenações efetivas. "Isso tem que aumentar. Na Europa estamos falando de percentuais de 25% ou 30%", recalcou.
IMPACTO NO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
O delegado presidencial regional do Biobío, Humberto Toro, ressaltou que quando se produz um incêndio florestal não só são afetados os donos da propriedade.
"Queima-se o emprego, a produtividade, o desenvolvimento económico, o coração e a alma da região", enfatizou.
Para o representante do Executivo na zona, este tipo de vínculo é fundamental para enfrentar estas emergências: "O propósito que tem um país é desenvolver suas vocações produtivas. Portanto, a aliança público-privada é estratégica, não tática", afirmou Toro.
OLHAR COM A COMUNIDADE
Presente na atividade, o diretor regional da Corporação Nacional Florestal (Conaf) no Biobío, Esteban Krause, ressaltou a abertura da empresa privada a trabalhar com outras instituições públicas.
"Uma das questões que fomos aprendendo com o tempo é que sozinhos não somos capazes. Por isso, quando falo de que precisamos de todos e todas, incorporo com muita força as comunidades", disse Krause.
O diretor acrescentou que a prevenção é fundamental, já que os incêndios em nosso país são, em sua grande maioria, causados por negligência ou intencionalidade.
RECURSOS AÉREOS E TERRESTRES
A CMPC informou que conta com 12 aviões para esta temporada, dos quais 10 correspondem a aeronaves cisterna AT 802 para combate inicial, com uma capacidade de 3.000 litros para o lançamento de água e retardante, e duas unidades de coordenação.
Assim mesmo, contará com 9 helicópteros, um Chinook CH-46, com capacidade de lançamento superior a 4.000 litros, e 8 aeronaves médias Bell 212 e 412 para o transporte de brigadistas, e o lançamento de água com capacidade de 2.000 litros cada uma. Em relação aos equipamentos, a companhia informou que se dividem em brigadas tele-transportadas terrestres tipo 1,2,3 e 4, mecanizadas e multipropósito.
Fonte:La Tribuna
