Envios florestais do Biobío caem cerca de 48% e impactam fortemente as exportações regionais
O setor florestal da Região do Biobío registrou uma queda próxima de 48% em seus envios ao exterior durante outubro de 2025, transformando-se no principal fator por trás do retrocesso exportador regional, segundo relatou o INE. A contração foi liderada pela forte diminuição nas exportações de celulose e produtos de madeira, setores historicamente estratégicos para a economia do território.
O complexo florestal —que integra atividades como florestais e fabricação de celulose, papel e cartão— concentra uma parte substantiva das exportações regionais, por isso seu desempenho negativo teve um impacto direto nos resultados do mês.
Celulose explica grande parte da queda florestal
A celulose foi novamente o principal produto exportado do Biobío, com envios de 93,6 milhões de dólares, equivalentes a cerca de 30% do total regional. No entanto, o produto registrou uma queda interanual de 63%, subtraindo mais de 159 milhões de dólares em comparação com outubro de 2024.
Este retrocesso explica boa parte da queda próxima de 48% nos envios florestais, considerando o peso que a celulose tem dentro do setor e sua alta dependência dos mercados internacionais, particularmente da Ásia.
Madeira serrada e contraplacada aprofundam a tendência negativa
O cenário adverso também se estendeu a outros produtos-chave da cadeia florestal. As exportações de madeira serrada alcançaram 46,2 milhões de dólares, registrando uma baixa interanual de 16,9%, enquanto a madeira contraplacada totalizou 23,8 milhões de dólares, com um descenso de 34,6%.
Assim mesmo, produtos com maior grau de elaboração, como painéis de fibra, perfis e molduras de madeira, mostraram retrocessos relevantes, refletindo uma contração generalizada no setor florestal regional.
A queda dos envios florestais esteve estreitamente vinculada à diminuição da demanda nos principais mercados de destino. A China, principal compradora de celulose do Biobío, registrou uma forte redução em suas importações, enquanto os Estados Unidos, outro mercado-chave para produtos de madeira, também apresentou descensos em comparação com o ano anterior.
Este contexto internacional adverso reforçou a tendência negativa do setor florestal, que enfrenta menores preços, ajustes na demanda e um cenário global mais incerto.
Um golpe para um setor estratégico do Biobío
Apesar do retrocesso, o setor florestal continua sendo um dos eixos estruturais da economia regional, tanto por sua contribuição para as exportações como por seu encadeamento produtivo e geração de emprego. No entanto, a queda próxima de 48% nos envios florestais volta a evidenciar a alta dependência do Biobío deste setor e os desafios que enfrenta em matéria de diversificação de mercados e produtos.
O desempenho de outubro confirma que a evolução do setor florestal continuará sendo determinante para o comportamento econômico regional nos próximos meses.
