Com 15 ordens de investigação, nova brigada de crimes ambientais inicia operações
A recentemente formada Brigada Investigadora de Crimes contra o Meio Ambiente e Patrimônio Cultural (Bidema) Concepción, conta com 10 integrantes, dos quais oito são detetives. Nestes primeiros quase dois meses, tem 15 casos designados diretamente pelo Ministério Público e também realizou diferentes gestões destinadas a posicionar-se como referência na área. A nível nacional, são 9 as brigadas da Polícia de Investigações que pertencem à Chefatura Nacional de Crimes contra o Meio Ambiente e Patrimônio Cultural (Jenadema).
O subprefeito, Rodrigo Arévalo Romero, chefe da Brigada Investigadora de Crimes Ambientais e do Patrimônio Cultural Concepción, entregou ao Diario Concepción o balanço das primeiras semanas desta unidade.
-Desde quando começaram as funções da Brigada Investigadora de Crimes contra o Meio Ambiente e Patrimônio Cultural Concepción?
-A brigada nesta Região começou suas funções, investigativas e operativas, em 28 de outubro deste ano, somos a Bidema por abreviação, pertencemos a Concepción, mas nossos escritórios estão localizados no Quartel da comuna de Tomé. E temos jurisdição tanto para a Região do Biobío quanto para a Região de Ñuble.
-Em quantos casos estão trabalhando cerca de dois meses após o início de suas atividades?
-Temos em desenvolvimento cerca de 15 ordens de investigar. Recebemos diferentes ordens que emanaram do Ministério Público, as que recebemos são, principalmente, por maus-tratos animais.
Mas o leque é mais amplo porque também tivemos que investigar crimes contra a saúde pública, também estamos investigando alguns crimes ambientais, assim como a afetação que ocorre com os incêndios. Nisto, é importante indicar que a Prefeitura Provincial de Concepción também dispôs que uma equipe de oficiais investigadores tenha dedicação exclusiva para os crimes de incêndio que venham a ser perpetrados ou gerados aqui na Região.
-Quem compõe a BIDEMA?
-Somos oito oficiais policiais, contamos com um agente policial e um assistente administrativo, no total somos 10. A maioria de nós, além de ser detetives, tem outros estudos, no meu caso sou administrador, também há um médico veterinário, uma colega é bióloga marinha, outro é engenheiro florestal, e outras pessoas estão em processos acadêmicos de nível superior, que têm uma ingerência nesta área tão técnica.
-De que forma podem abordar casos otimizando seus recursos?
-No fundo, isso conversamos com a chefe de Ministério Público de Tomé, Ana María Aldana, ela tem uma ampla experiência em crimes ambientais a nível nacional. A ideia também é ir priorizando alguns crimes que requerem maior tratamento ou investigações de maior envergadura. Porque gostaríamos de abranger muito, mas nossa capacidade, tanto logística quanto humana, não nos permite ir a tudo.
-Todos os seus oficiais contam com experiência na matéria prévia à formação da brigada?
-A Polícia de Investigações, desde o ano 94, vislumbrava o fenômeno dos crimes ambientais e começou a ver este assunto como uma área de interesse, e cria-se aí o Departamento de Investigação de Condutas Ilícitas Relacionadas com o Meio Ambiente e Ecologia. Por isso, 73% dos que compõem as brigadas de crimes ambientais contam com um título de uma propriedade complementar ao da escola.
-Pode nos contar sobre quais casos têm investigado até o momento?
-Tivemos a ocorrência na Enap, onde houve cerca de 150 trabalhadores evacuados e realocados em uma zona adjacente por uma emissão de gás. Eles, conforme seu relato, seguiram o protocolo e instruíram uma investigação interna. No entanto, a investigação segue aberta e estamos aguardando as conclusões para estabelecer fehacientemente o que ali ocorreu.
-Em relação a maus-tratos animais, com o que se depararam?
-Há alguns dias, nas redes sociais, uma organização animalista denunciou que na Vega Monumental, especialmente no Pátio Caminhões, os guardas estariam envenenando ou maltratando os cães que vagam pelo setor. Imediatamente, uma equipe foi ao local e pudemos estabelecer que aquilo não era verdade.
Na Vega Monumental, contam com um veterinário que vai duas vezes por semana, com quem conversamos, pudemos estabelecer que têm uma área para dar tratamento aos cães que vagam por ali com vacinas antirrábicas, antiparasitários.
O veterinário nos contou que efetivamente uma cachorrinha estava doente e ele lhe administrou um tratamento intravenoso, não evoluiu e teve que tomar a decisão de praticar uma eutanásia.
-Será um objetivo da Bidema educar a população para definir o que constitui maus-tratos animais?
-Desde que assumi a chefia desta brigada, uma das atividades que mais tenho tido é relacionar-me com prefeitos, já me reuni com o de Talcahuano, de Chiguayante, e assim também com pessoal do SAG, da Alfândega, tanto aqui como em Ñuble.
-Como se prepararam pensando na temporada de florestais?
-Constantemente estamos nos capacitando. No caso da Conaf, precisamente, estávamos nos preparando quanto a incêndios florestais. Assim como nós podemos lhes entregar algum tipo de informação, eles também, a partir de sua experiência e sua área, nos ajudaram muito a esclarecer dúvidas. O que sim é relevante é que esta unidade é nova, mas os oficiais que a compõem igualmente têm experiência em crimes ambientais.
-Sabem se haverá aumento quanto ao efetivo desta brigada?
-Do comando central estão sendo feitos estudos, normalmente, a respeito dos efetivos que compõem as diferentes brigadas a nível nacional. Até o momento, desconheço se chegarão mais detetives, porque também estou ciente de que há outras brigadas que também requerem novos policiais.
Fonte:Diario Concepción
