Contratantes florestais alertam: violência mantém-se no mesmo nível de 2024 e 2023
Portando paus e barras de ferro, um grupo de indivíduos encapuzados interceptou um veículo que transportava brigadistas florestais.
O fato ocorreu por volta das 4h30 de ontem em um setor próximo à Reserva Los Ríos, na comuna de Curanilahue, Região de Biobío.
Segundo antecedentes policiais, os atacantes posicionaram-se à frente e ao lado do veículo com a intenção de deter e intimidar a brigada. Diante do risco para o pessoal, o veículo retirou-se rapidamente do local, situado em uma área rural afastada.
O fato não deixou pessoas feridas nem danos materiais, e a unidade retornou à sua base.
A situação, entretanto, foi denunciada à Polícia Militar (Carabineros), que ativou um operativo na zona.
Mais ao sul, na Araucanía, um total de 26 atentados incendiários foram registrados durante 2025, após aquele que destruiu três caminhões dentro de uma obra de corte de eucalipto, em Nueva Imperial.
O gerente da Associação de Contratantes Florestais, René Muñoz, confirmou que se tratou do quarto ataque registrado em dezembro e que "é um número igual ao ocorrido no ano de 2024".
O dirigente acusou que "quando as autoridades consideram os números como alentadores, a verdade é que os contratantes continuamos imersos na mesma violência do ano passado e muito parecida com a do ano 2023".
Também afirmou que "não é possível manter um setor, que é tão importante para o desenvolvimento da região, nestas condições de violência e insegurança permanentes que estão sofrendo os trabalhadores florestais, e os pequenos e médios empresários".
A gerente regional da Corporação Chilena da Madeira (Corma) Biobío-Ñuble, Margarita Celis, condenou o ocorrido e assinalou que "este tipo de fato coloca em grave risco brigadistas que cumprem uma labor essencial para a proteção das pessoas e do território".
"São absolutamente inaceitáveis", ressaltou a executiva.
A Multigremial da Araucanía indicou que "as estratégias atuais, embora tenham permitido uma diminuição, desde novembro há um recrudescimento dos fatos de violência e terrorismo". O presidente do organismo, Patricio Santibáñez, pediu para ter "uma mudança total de atitude. O estado de exceção tem servido, mas requer-se maior eficácia para a detenção das pessoas responsáveis".
Fonte:El Mercurio
