Chile terá novos tipos florestais de bosques nativos: acadêmico participa da atualização
No âmbito do mandato da Lei de Bosques Nativos e sob a direção da Corporação Nacional Florestal (CONAF), está sendo realizada a atualização dos tipos florestais do Chile. Este ambicioso projeto, que pode redefinir a classificação dos bosques nativos no país, conta com a participação de destacados acadêmicos e especialistas em manejo florestal.
Participam do projeto o Dr. Álvaro Promis, da Faculdade de Ciências Florestais e da Conservação da Natureza da Universidade do Chile; o Dr. Pablo Donoso, acadêmico do Instituto de Bosques e Sociedade da Universidade Austral do Chile, e o Dr. Celso Navarro, da Universidade Católica de Temuco. Juntos, trabalharam durante anos na sistematização e revisão da tipologia florestal, que desde 1981 se baseia em 12 categorias definidas segundo a dominância de espécies e características ecológicas.
Os tipos florestais atuais são agrupados com base nas espécies dominantes: identificam-se quatro grupos dominados por coníferas, cinco por espécies do gênero Nothofagus, dois por espécies latifoliadas sempre-verdes (esclerófilo e sempre-verde) e um pela palma chilena (Jubaea chilensis). Entre essas categorias, incluem-se bosques emblemáticos como Araucária (Araucaria araucana), Lenga (Nothofagus pumilio) e Roble-Hualo (Nothofagus obliqua e Nothofagus glauca).
Esta atualização busca não apenas refletir as mudanças na distribuição geográfica e na dinâmica dos ecossistemas, mas também estabelecer parâmetros mais precisos para o manejo silvicultural. Os novos tipos florestais permitirão à Corporação Nacional Florestal (CONAF) e a outros órgãos implementar práticas de regeneração e conservação mais adequadas, ajustadas à realidade ecológica de cada região.
O processo de atualização baseia-se em um rigoroso trabalho de campo e na análise de dados provenientes de imagens de satélite, complementado com a coleta de informações da literatura científica. Além disso, foram realizadas oficinas participativas para coletar as opiniões de especialistas e usuários do manejo florestal, garantindo que a proposta final tenha um alto grau de validação e pertinência prática.
A proposta atual está na etapa final e espera-se que os novos tipos florestais sejam submetidos à aprovação de usuários especialistas e autoridades do setor. Este exercício de revisão é essencial para impulsionar o manejo sustentável dos bosques nativos, facilitando a tomada de decisões em políticas de conservação e estratégias de restauração ecológica.
A atualização da tipologia florestal representa um marco na gestão dos ecossistemas do país. Com este novo esquema, espera-se promover um melhor planejamento do uso dos recursos florestais e gerar ferramentas que fortaleçam a resiliência dos bosques frente a ameaças ambientais e às mudanças climáticas.
Por fim, o trabalho coordenado entre a Universidade Austral, a Universidade do Chile e a Universidade Católica de Temuco destaca a importância da colaboração interinstitucional para enfrentar desafios complexos no manejo e conservação da biodiversidade. Esta iniciativa não apenas beneficiará a gestão florestal, mas também servirá como modelo para outros países com ecossistemas similares.
Este é o listado dos tipos florestais que em 2025 espera-se que sejam atualizados:
- Alerce (Fitzroya cupressoides)
- Araucária (Araucaria araucana)
- Cipreste-da-Cordilheira (Austrocedrus chilensis)
- Cipreste-das-Guaitecas (Pilgerodendron uvifera)
- Coigüe-de-Magalhães (Nothofagus betuloides)
- Coigüe-Raulí-Tepa (Nothofagus dombeyi, Nothofagus alpina, Laurelia philippiana)
- Lenga (Nothofagus pumilio)
- Roble-Raulí-Coigüe (Nothofagus obliqua, Nothofagus alpina, Nothofagus dombeyi)
- Roble-Hualo (Nothofagus obliqua, Nothofagus glauca)
- Sempre-verde
- Esclerófilo
- Palma Chilena (Jubaea chilensis)