Trabalhadores florestais relatam momentos de terror após ataque armado em Collipulli
Um violento assalto a mão armada atingiu contratantes florestais na propriedade Jauja, de posse da Forestal Mininco, na comuna de Collipulli, Região de La Araucanía. O ataque, perpetrado por indivíduos encapuzados e fortemente armados, deixou os trabalhadores em estado de choque e evidenciou a insegurança que persiste na região, apesar do estado de exceção vigente desde 2022.
O ataque
Segundo relatos das vítimas coletados pela Meganoticias, os fatos ocorreram quando uma caminhonete escoltava um caminhão que transportava maquinários para extração de madeira em uma área rural. No trajeto, foram interceptados por dois indivíduos com coletes à prova de balas e passamontanhas, que os ameaçaram com armas longas e os obrigaram a descer do veículo.
Um dos trabalhadores afetados descreveu o momento aterrorizante:“Eram duas pessoas encapuzadas, vestiam coletes à prova de balas e passamontanhas. À primeira vista, camuflavam-se muito bem com o ambiente, pareciam se confundir com as pessoas locais. Ao descer do veículo, fizeram isso de forma agressiva, nos empurrando e ordenando: ‘Vão para lá, não olhem para nós’. Naquele momento, quando os vi descendo armados e nos apontando, senti um medo intenso”.
Os criminosos levaram a caminhonete dos trabalhadores, enquanto o caminhão conseguiu evitar ser incendiado porque os atacantes não conseguiram completar a ação com os materiais inflamáveis que usaram. O fato foi registrado pelas câmeras de segurança do veículo maior, imagens que serão cruciais na investigação em andamento.
Antecedentes de violência na região
O dono da empresa contratada afetada afirmou que esta é a quinta vez que sofrem um ataque semelhante. Em ocasiões anteriores, foram vítimas de roubos e incêndios de maquinários, o que dificultou enormemente suas atividades. Além disso, denunciou a falta de apoio das autoridades para garantir a segurança dos trabalhadores.
“É uma luta constante trabalhar dia após dia nessas condições, nos sentindo completamente abandonados, porque não recebemos ajuda de ninguém. Nossos contratantes nos apoiam com escoltas de segurança, mas, mesmo assim, o problema persiste. O estado de exceção foi implementado, mas não notamos nenhuma mudança. Pelo menos, na minha experiência no setor florestal, não vi nenhuma melhora”,relatou.
Impacto psicológico nos trabalhadores
O medo de novos ataques gerou um profundo impacto psicológico nos trabalhadores florestais e suas famílias. Muitas empresas tiveram que contratar apoio profissional para ajudar os afetados a lidar com o estresse e a ansiedade causados por esses incidentes.
Um psicólogo que trabalha com essas equipes destacou que“é fundamental criar espaços de acolhimento e estratégias para lidar com o medo. Foram realizadas oficinas e treinamentos, mas a ameaça continua latente”.
Investigação em andamento
O Ministério Público encarregou os Carabineros da investigação do caso e da análise das imagens capturadas pelas câmeras de segurança. Até o momento, a caminhonete roubada não foi recuperada, e os criminosos continuam foragidos.
Vale destacar que, no âmbito do combate a esses crimes na macrorregião sul, recentemente foi obtida a condenação de uma quadrilha criminosa no Tribunal de Angol, que se dedicava a esse tipo de ataque contra trabalhadores florestais.
O novo episódio de violência reforça a sensação de insegurança na Região de La Araucanía e reabre o debate sobre a eficácia das medidas de controle e proteção implementadas na área.