Exportações florestais fecham 2024 com crescimento próximo a 15%
As exportações florestais chilenas encerraram 2024 com forte recuperação, alcançando um total de US$ 6.370,7 milhões, o que representa um aumento de 14,7% em relação ao ano anterior, período em que os envios totalizaram US$ 5.556,2 milhões. Esse crescimento reflete a recuperação da demanda internacional e o aumento nas vendas de produtos-chave como celulose química e madeira serrada.
De acordo com dados do Instituto Florestal (INFOR) do Ministério da Agricultura, o dinamismo do setor foi especialmente evidente no segundo semestre do ano, com um crescimento sustentado que atingiu seu pico em outubro, com US$ 664,4 milhões, seguido por dezembro (US$ 603,9 milhões) e agosto (US$ 573,2 milhões). Em contraste, maio foi o mês com os menores envios, totalizando US$ 400,6 milhões.
Sobre o assunto, o ministro da Agricultura, Esteban Valenzuela, explicou que, embora os números representem um bom encerramento do ano, "o setor florestal chileno enfrenta um cenário de crescimento moderado, condicionado por diversos fatores externos e internos. Entre os principais desafios estão a ameaça de incêndios florestais, que pode afetar a disponibilidade de matéria-prima, e o endurecimento das normas ambientais em mercados-chave como Europa e América do Norte, o que exigirá padrões mais elevados de sustentabilidade na indústria", explicou. "Além disso", acrescentou, "a volatilidade do comércio global, impulsionada pelas tensões comerciais entre China e Estados Unidos, a inflação e uma possível desaceleração econômica mundial, podem gerar incerteza na demanda".
Celulose química e madeira serrada lideram as exportações
Continuando com a análise de 2024, o principal grupo de produtos de exportação foi a celulose química, que representou 52,4% do total nacional, com envios de US$ 3.336,4 milhões. Dentro dessa categoria, a celulose branqueada de eucalipto liderou com 47,2%, seguida pela celulose branqueada de pinheiro radiata (34,5%) e pela celulose têxtil de eucalipto (12,3%).
Outros grupos de produtos destacados no comércio exterior foram os painéis de madeira (10,4% do total nacional), papéis e cartões (9,3%), madeira serrada (7,5%) e molduras de madeira (7,5%).
Entre os produtos mais exportados, além da celulose química, destacaram-se a madeira serrada em tábuas de pinheiro radiata, com envios de US$ 473,7 milhões, equivalentes a 7,4% do total, os painéis compensados de pinheiro radiata (6,8%) e o cartão multicamada revestido (5,9%).
China e Estados Unidos, os principais mercados de destino
A China consolidou-se como o principal destino das exportações florestais chilenas, com compras de US$ 2.284,4 milhões, o que equivale a 35,9% do total. A maioria desses envios correspondeu a produtos do grupo de celulose química; enquanto em segundo lugar ficaram os Estados Unidos (18,5%), com maior protagonismo de molduras e painéis. Outros mercados relevantes foram México (6,4%), Coreia do Sul (4,6%) e Japão (3,7%).
Perspectivas para 2025
Diante dos números, a diretora executiva do INFOR, Sandra Gacitúa, projetou alguns desafios relevantes para o setor florestal: "O crescimento das exportações florestais em 2024 confirma a competitividade do Chile nesse setor. No entanto, em 2025, precisamos fortalecer a sustentabilidade e a diversificação de mercados para consolidar nosso posicionamento no comércio global", afirmou.
Nesse sentido, acrescentou que o setor florestal continua sendo um pilar estratégico para a economia chilena, contribuindo significativamente para o comércio exterior e gerando empregos em diversas regiões do país. "Sua capacidade de adaptação a novos padrões ambientais e comerciais determinará seu desempenho nos próximos anos", concluiu.