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Bombeiros de Antuco recebem capacitação internacional para enfrentar emergências em zonas de alto risco

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Em uma iniciativa única, o Corpo de Bombeiros de Antuco recebeu uma capacitação através de um projeto internacional impulsionado pela ONG Bombers pel món, uma organização espanhola proveniente da Comunidade Valenciana.

Este esforço conjunto tem como objetivo fortalecer as habilidades dos bombeiros locais em diversas disciplinas relacionadas à gestão de emergências, desde resgates em alta montanha até o manejo de incêndios florestais, uma ameaça constante na província.

TRABALHANDO COM BOMBEIROS DE ANTUCO

De acordo com o informado, a formação começou no dia 3 de abril e se estenderá até o dia 13 do mesmo mês. Esta incluiu uma série de módulos e simulacros práticos que permitem aos voluntários de Antuco estarem melhor preparados para enfrentar as diferentes situações de emergência que podem surgir no futuro.

“Estamos realizando um projeto de capacitação em diferentes disciplinas de bombeiros para a companhia de bombeiros voluntários de Antuco e integrantes de outras companhias próximas, como Abanico, entre outras. Estamos muito satisfeitos com a receptividade e o compromisso. Eles se mostraram dispostos a aprender e aplicar novos conhecimentos, o que sem dúvida resultará em uma melhor resposta diante de qualquer emergência”, afirmou Conchi Verdú, bombeira florestal na Comunidade Valenciana e coordenadora de projetos da ONG Bombers pel món.

Verdú também informou que a capacitação inclui técnicas avançadas de resgate em terrenos acidentados e aquáticos, manejo de incêndios em infraestruturas e veículos, além do controle e extinção de incêndios florestais.

SIMULACRO COMUNITÁRIO

Um dos aspectos mais destacados do programa foi a realização de um simulacro de incêndio florestal, que ocorreu nesta segunda-feira no Liceo Dr. Víctor Raúl Ruiz, localizado em uma zona de alto risco de incêndios devido à sua proximidade com áreas de vegetação e às condições meteorológicas do local, que favorecem a propagação do fogo.

O simulacro não só envolveu os bombeiros locais, mas também contou com a participação ativa de diversas instituições, como o Senapred, a prefeitura de Antuco e os Carabineros, que trabalharam em conjunto para avaliar e melhorar os planos de evacuação e resposta a emergências na comuna.

O exercício simulou um incêndio florestal que afetava a instituição de ensino, com a participação de mais de 300 alunos, professores e funcionários, que foram evacuados de forma ordenada e eficiente. Durante a atividade, também foi simulada a queda de um bombeiro no campo de ação e a busca e resgate de uma criança presa dentro do estabelecimento.

UMA AMEAÇA QUE DEVE SER LEVADA EM CONTA

Andrea Aravena, chefe do Departamento de Redução do Risco de Desastres do SENAPRED, destacou a importância deste exercício, enfatizando que o incêndio florestal é uma ameaça latente que deve ser considerada não apenas nos planos de evacuação escolar, mas também em nível comunitário.

“Em muitas localidades, o incêndio florestal não está adequadamente registrado nos planos de emergência escolar. Isso se deve, em parte, ao fato de ocorrerem durante o período de férias de verão, mas os incêndios não respeitam o calendário escolar. O período de maior ocorrência de incêndios florestais é entre setembro e abril, por isso é crucial se preparar para esse tipo de emergência”, comentou Aravena.

O Liceo Dr. Víctor Raúl Ruiz, devido à sua proximidade com um morro de vegetação densa, está localizado em uma zona de alto risco. Além disso, as condições meteorológicas da região favorecem a rápida propagação de incêndios, especialmente quando sopram os ventos do leste, conhecidos como ventos Puelche.

Esses ventos intensos aumentam o perigo de um incêndio florestal se espalhar rapidamente para as áreas urbanas, o que torna simulacros como o realizado hoje essenciais para avaliar a capacidade de resposta e melhorar as estratégias de evacuação.

SIMULACRO COM PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA

Diego Peña, superintendente do Corpo de Bombeiros de Antuco, explicou que este simulacro faz parte de um projeto de capacitação mais amplo, que também envolve outras instituições e comunidades próximas.

“Fizemos um pedido à Bombers pel món para complementar a capacitação oferecida pela Academia Nacional de Bombeiros, pois sentimos a necessidade de ir além do tradicional. Atualmente, estamos enfrentando mais acidentes em zonas montanhosas e outras emergências, por isso esse tipo de formação é crucial”, explicou Peña.

O simulacro também incluiu situações de alta complexidade, como a simulação de um bombeiro ferido no campo de ação e a localização de uma criança presa dentro da instituição de ensino.

Graças às manobras executadas durante o exercício, os bombeiros de Antuco conseguiram evacuar 284 alunos e 79 funcionários do liceu de forma ordenada e sem maiores incidentes, demonstrando a eficácia dos treinamentos e da preparação para um incêndio florestal real.

PLANEJAMENTO PARA O FUTURO

Estefanía Saldías Lizama, diretora de Gestão do Risco de Desastres da comuna de Antuco, também falou sobre os planos futuros da prefeitura em relação à preparação para incêndios florestais.

“Atualmente, estamos trabalhando com a Rede de Prevenção de Incêndios para realizar simulacros em áreas rurais da comuna, onde a dispersão de residências e a presença de pessoas com mobilidade reduzida representam um desafio adicional. É fundamental que toda a comunidade esteja preparada e que tenhamos um plano de evacuação que inclua todas as pessoas, independentemente de suas condições físicas”, afirmou Saldías.

QUEM É BOMBERS PEL MÓN?

Bombers pel món é uma organização não governamental sem fins lucrativos cuja principal missão é ajudar quem ajuda, por meio da formação e colaboração em tarefas de resgate.

Eles colaboram em intervenções durante grandes catástrofes naturais, como terremotos, inundações, furacões e incêndios florestais, onde cada segundo conta para salvar vidas.

“Nossa missão está focada em um trabalho de extensão onde os corpos ou organismos de emergência de países com recursos insuficientes são capacitados para melhorar sua autonomia e competências na resposta a catástrofes naturais derivadas de riscos como terremotos, incêndios florestais ou inundações”, informou a ONG.

Fonte:La Tribuna