Encontro Anual da Ação Empresas traça roteiro para uma economia mais sustentável
Com a participação de 250 líderes empresariais, autoridades e especialistas, realizou-se o Encontro Anual de Sócios da Ação Empresas (EAS), que este ano coincidiu com a comemoração dos 25 anos da organização, consolidada como um dos principais articuladores da sustentabilidade empresarial no Chile.
O evento focou nos avanços, desafios e compromissos do setor privado em relação à sustentabilidade, alinhados com os objetivos traçados pela Visão 2025 do Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD, na sigla em inglês), rede global da qual a Ação Empresas faz parte.
Chile como referência em sustentabilidade
Na abertura do encontro, Peter Bakker, presidente e CEO do WBCSD, participou remotamente e destacou o papel do Chile no contexto latino-americano: “O Chile consolidou-se como líder regional em sustentabilidade e responsabilidade corporativa”, afirmou.
Bakker fez um chamado à ação conjunta: “Este é o momento de acelerar a transformação, estabelecer um novo padrão global e liderar com ações que redefinam indústrias. Mas isso requer colaboração, liderança e ação de todos nós agora”.
Um dos expositores destacados foi Francisco Ruiz-Tagle, gerente geral da CMPC e vice-presidente do WBCSD desde 2023, que detalhou os compromissos da empresa para enfrentar a crise climática e avançar rumo a uma economia de baixo carbono.
Ruiz-Tagle afirmou que a CMPC tem como meta tornar-se uma empresa Net Zero em emissões até 2040, com uma meta intermediária de reduzir 50% das emissões de escopo 1 e 2 até 2030, validada pelos padrões da Science Based Targets. Além disso, projetam uma redução de 25% no uso de água até 2026 e alcançar o objetivo de zero resíduos para disposição final em todas as suas operações.
“Estamos comprometidos porque temos a firme convicção de que a sustentabilidade faz bem ao nosso negócio, aos nossos resultados e ao nosso entorno”, disse Ruiz-Tagle. Ele também destacou a relevância de trabalhar em parcerias que permitam compartilhar aprendizados, definir padrões comuns e avançar mais rápido.
Ação Empresas: desafios até 2025
Durante o evento, Marcela Bravo, gerente geral da Ação Empresas, apresentou os principais eixos estratégicos para o curto prazo, enfatizando que o trabalho da organização está alinhado com os desafios ambientais, sociais e de governança enfrentados pelo país.
No âmbito ambiental, Bravo destacou os preparativos para a COP30, por meio do Plano de Ação Empresarial em Biodiversidade e Economia Circular, além de novos Acordos de Produção Limpa (APL), incluindo uma segunda fase do programa Unidos pela Água.
Sobre este último, Bravo informou que 24 empresas certificadas alcançaram economias próximas a 300 mil metros cúbicos de água, além de implementar ações que permitiram reduzir resíduos e gerar benefícios econômicos.
Quanto ao eixo social, a executiva destacou o programa Territórios Sustentáveis, que promove o desenvolvimento comunitário, o fortalecimento da identidade cultural e a geração de novas narrativas territoriais.
Por fim, ressaltou que “já são 50 as empresas que estão avançando segundo os cinco critérios definidos pelo WBCSD: neutralidade de carbono, diversidade e inclusão, reportabilidade, direitos humanos e condições trabalhistas justas”. Essa informação, acrescentou, está disponível publicamente e reflete um compromisso crescente com a sustentabilidade empresarial baseada em evidências.