Biobío lidera regiões com maior ameaça de incêndios florestais segundo novo Mapa de Risco
A Região de Biobío concentra a maior área com ameaça de incêndios florestais na categoria muito alta, de acordo com os resultados do novo Mapa de Risco de Incêndios Florestais, elaborado pela Corporação Nacional Florestal (CONAF) e apresentado pelas autoridades.
O instrumento busca determinar níveis de ameaça, vulnerabilidade e risco em todo o país, desde Arica e Parinacota até Magalhães, com o objetivo de fortalecer a prevenção e a resposta frente a emergências.
Biobío lidera o ranking com 6,5% de seu território —equivalente a 156.270 hectares— em condição de ameaça muito alta, especialmente em zonas como o Grande Concepción, Arauco, Lebu e Curanilahue. Em seguida, aparecem as regiões de Valparaíso (4,7%) e Metropolitana (4,5%) nesta categoria.
O ministro da Agricultura, Esteban Valenzuela, afirmou que o mapa é uma ferramenta chave para enfrentar a crescente ameaça do fogo: “Metade do território nacional tem algum nível de risco, seja por ameaça ou vulnerabilidade, produto de nossa biodiversidade, das zonas agrícolas e florestais. Este instrumento permitirá direcionar ações com melhor informação”.
Na última década, a área afetada por incêndios florestais em nível nacional aumentou 194%, passando de uma média de 55.378 hectares queimados (2004-2014) para 162.675 hectares (2014-2024). Além disso, os incêndios de maior magnitude —superiores a 200 hectares— aumentaram 88% em número e 185% em dano médio.
Do Ministério do Interior, o subsecretário Víctor Ramos destacou que o mapa estará disponível para todos os municípios do país e permitirá antecipar melhor os incêndios de nova geração: “Sabemos que a temperatura continua subindo. Este tipo de ferramenta nos ajuda a articular os serviços públicos e fortalecer a prevenção”.
A diretora executiva da CONAF, Aida Baldini, explicou que o mapa é fruto de um esforço conjunto para entender o comportamento do fogo no território: “Com este instrumento, disponível para toda a cidadania, contribuímos significativamente para uma melhor preparação e resposta”.
Por sua vez, a diretora nacional do Senapred, Alicia Cebrián, ressaltou a utilidade do mapa não apenas para seu serviço, mas também para todo o sistema de prevenção e resposta a desastres: “A tomada de decisões requer informação atualizada e contextualizada. Este mapa deve ser uma ferramenta chave para o planejamento territorial, tanto em nível municipal quanto regional”.
A situação em Biobío reforça a urgência de implementar estratégias de prevenção mais robustas, especialmente em zonas com alta presença de vegetação, interface urbano-rural e atividade florestal.