Carabineros do Chile não pode voar seus dois UAS Camcopter S-100 por falta de autorizações da Aeronáutica Civil
Há mais de quatro meses da entrega oficial dos sistemas aéreos não tripulados Schiebel S-100 Camcopter aos Carabineros do Chile, o deputado Stephan Schubert (Partido Republicano) denunciou publicamente que as unidades ainda não puderam ser colocadas em operação devido à falta de autorizações por parte da Direção Geral de Aeronáutica Civil (DGAC).
Os drones, identificados como C-30 e C-31, foram adquiridos da empresa austríaca Schiebel Aircraft GmbH com recursos provenientes da Subsecretaria do Interior e entregues oficialmente à polícia uniformizada em 13 de dezembro de 2024. A cerimônia de recepção ocorreu nas instalações da 2ª Delegacia de Controle de Ordem Pública (COP) em Pailahueque, Região de La Araucanía, com a presença da então ministra do Interior e Segurança Pública, Carolina Tohá.
Segundo informações da época, a aquisição foi parte de um esforço do Estado para reforçar as capacidades de vigilância e resposta operacional na Macrozona Sul, afetada há anos por atos de violência rural, sabotagens e confrontos armados. A compra atingiu um valor próximo a $6.973.734.425 (cerca de 7 milhões de dólares).
As equipes responsáveis por operar esses sistemas UAS (Unmanned Aerial System) foram treinadas durante dois meses na Áustria, diretamente nas instalações da empresa Schiebel. No entanto, apesar de contar com pessoal treinado e equipamentos em território nacional, os drones ainda não podem decolar.
O deputado Stephan Schubert, representante da Região de La Araucanía, criticou duramente a situação, classificando como "inaceitável" que um equipamento de alta tecnologia, adquirido com fundos públicos para uma zona que enfrenta uma grave crise de segurança, continue inutilizado por obstáculos administrativos.
"A Macrozona Sul está em uma situação crítica em termos de segurança. Por isso, o Estado do Chile investiu 7 milhões de dólares em um superdrone, que já chegou e foi entregue pela ex-ministra Tohá. No entanto, os funcionários dos Carabineros treinados para seu uso não conseguiram colocá-lo em operação desde então", afirmou o parlamentar.
Além disso, Schubert informou que enviou um ofício ao Ministério da Defesa solicitando explicações sobre o atraso na obtenção das autorizações correspondentes pela DGAC e pediu ao governo que agilize os trâmites necessários para que os equipamentos possam entrar em serviço o mais rápido possível.
"É essencial que as autoridades respondam prontamente ao nosso ofício e realizem as gestões pertinentes para que a DGAC conceda a autorização correspondente", declarou.
Imagens da entrega oficial aos Carabineros dos dois S-100 com matrículas C-30 e C-31. Créditos: Carabineros.
O Schiebel S-100 Camcopter é um sistema aéreo não tripulado de decolagem e pouso vertical (VTOL, em inglês), projetado pela empresa austríaca Schiebel Aircraft GmbH. Seu design permite operações a partir de terra ou embarcações sem a necessidade de pistas de pouso, tornando-o uma plataforma ideal para missões de vigilância, patrulhamento, reconhecimento e apoio logístico em ambientes complexos ou de difícil acesso.
Os modelos do Schiebel S-100 Camcopter adquiridos pelo Chile serão os primeiros a operar fora do âmbito civil na Hispano-América. Essas unidades estão equipadas com sensores avançados TrakkaCam TC-300, desenvolvidos pela empresa australiana Trakka Systems. Trata-se de um sistema de observação eletro-óptico multiespectral de última geração, projetado para atender aos exigentes padrões operacionais de missões C4ISR (Comando, Controle, Comunicações, Computação, Inteligência, Vigilância e Reconhecimento). Graças à sua arquitetura modular e capacidades multicanal, o TC-300 permite obter consciência situacional em tempo real, sendo altamente eficaz em operações aéreas, marítimas e terrestres que exigem vigilância persistente e tomada de decisões rápida e precisa.
Voltando ao UAS em questão, ele possui autonomia de até 6 horas e um alcance operacional de até 200 km. Dessa forma, o S-100 pode transportar múltiplas cargas úteis, incluindo as já mencionadas câmeras eletro-ópticas e infravermelhas, sensores térmicos, radares de abertura sintética (SAR) e equipamentos de guerra eletrônica. Isso o torna uma ferramenta eficaz para tarefas de monitoramento territorial, controle de fronteiras, operações antidrogas e vigilância de infraestrutura crítica.
O Camcopter S-100 tem sido utilizado por diversas forças armadas e agências de segurança em mais de 20 países, incluindo Alemanha, Austrália, Emirados Árabes Unidos e agora Chile, consolidando seu papel no mercado de carga e vigilância aérea não tripulada.
Fonte:helosmag