"Cometi um erro": ex-diretor do Senapred Araucanía explica as mensagens que definiram sua saída
A saída de Alejandro Pliscoff como diretor do Serviço Nacional de Prevenção e Resposta a Desastres (Senapred) na Araucanía, em meio ao combate aos incêndios florestais que afetaram a região, gerou controvérsia.
Inicialmente, falou-se sobre a autorização de queimadas agrícolas; depois, a oposição e a Comunidade Judaica acusaram um "antissemitismo" de La Moneda e, por fim, foram divulgadas algumas mensagens polêmicas de Pliscoff em suas redes sociais.
As queimadas agrícolas autorizadas
Diante desse contexto, o ex-diretor do Senapred na Araucanía conversou com o BiobioChile e abordou sua renúncia, detalhando que "a região foi afetada neste verão por vários incêndios, em diferentes datas".
"Mas também há uma exigência e um decreto presidencial de muitos anos que dispõe sobre o tema das queimadas. Ou seja, essa região e os agricultores precisam queimar, necessitam criar as condições para poder semear", acrescentou.
Dessa forma, a ex-autoridade afirmou que, para a última queimada e diante da pressão dos agricultores para realizá-las, foi feito um Cogrid na Delegação Presidencial, onde teriam participado "o delegado presidencial, os três sindicatos de agricultores, a Conaf, o chefe da defesa nacional, o Carabineros, todos os seremis".
"Em algum momento, propus: vamos fazer de forma mais organizada e militar, das cinco da manhã até as duas da tarde, quando há neblina", disse.
Sobre sua ideia, afirmou que os especialistas presentes na ocasião "me disseram 'não, em um horário que não é o normal' (...) Eles queriam queimar a partir da tarde, porque há vento, depois das cinco da tarde, durante a noite e até o dia seguinte".
Nesse sentido, comentou que foi determinado que as queimadas seriam realizadas apenas às sextas e sábados, e que no domingo era "estritamente proibido".
As mensagens que definiram sua saída do Senapred Araucanía
Por outro lado, Alejandro Pliscoff respondeu e explicou as mensagens polêmicas que escreveu em suas redes sociais, as quais acabaram definindo sua saída do Senapred da Araucanía.
Naqueles dias, detalhou que "vi uma postagem muito dura contra um amigo meu no Instagram – eu não tenho outras redes (...) Entro e vejo uma postagem brutal: 'Judeus isso e aquilo, tomara que o Hamas termine o trabalho, o bigodinho curto, e mate todos, e faça sabão com eles, com todas as suas famílias'".
"Era o Diario Financiero, acho, a postagem de uma notícia. Um amigo meu colocou uma bandeira e, abaixo, um cara comenta essa brutalidade", acrescentou.
Na mesma linha, contou que "respondi ao primeiro comentário, onde cobro (e escrevo) 'tomara que levem chumbo', mas em relação ao Hamas, deixo bem enfatizado".
Pliscoff enfatizou que isso ocorreu em sua conta pessoal do Instagram e que denunciou o primeiro comentário na mesma rede social.
Após as mensagens, afirmou que "ao chegar ao meu escritório, às 8h30, tinha uma reunião por videoconferência, a postagem já não estava mais, e eu deletei as minhas. Mas isso jogou contra mim. E tiraram meu comentário de contexto, como se eu tivesse querido falar contra toda a comunidade palestina ou todos os árabes, e isso não é verdade".
Nesse sentido, assegurou que "cometi um erro e assumi no primeiro dia".
Depois dessa situação, relatou que a diretora nacional do Senapred o chamou e pediu sua renúncia ao cargo.
Fonte:BiobioChile