Esperança para a Rã-de-Darwin: Nascem exemplares em cativeiro
Em um esforço para salvar a rã-de-Darwin (Rhinoderma darwinii) da extinção, a Universidade de Concepción registrou nascimentos da espécie em cativeiro. Essa conquista representa um raio de esperança para o anfíbio chileno, que enfrenta uma grave ameaça devido ao fungo Batrachochytrium dendrobatidis, conhecido como fungo quitrídio. A doença causada por esse patógeno, a quitridiomicose, dizimou a população de rãs na ilha de Chiloé, levando a espécie à beira da extinção.
O resgate de 32 rãs-de-Darwin do Parque Tantauco, na comuna de Quellón, e seu transporte para a Universidade de Concepción durante o verão, fez parte de uma estratégia de conservação que também envolveu o Zoológico de Londres, onde foram enviados 53 exemplares em outubro de 2024. A colaboração internacional, incluindo a ONG Ranita de Darwin, a Universidade Andrés Bello e o Zoológico de Leipzig, na Alemanha, foi fundamental para garantir a sobrevivência da espécie.
O Departamento de Zoologia da Faculdade de Ciências Naturais e Oceanográficas da Universidade de Concepción ficou responsável pelo cuidado e observação das rãs. Em janeiro de 2025, um contêiner especial foi adaptado para os anfíbios, e desde então, observou-se a expulsão de rãs pelos machos, que incubam os ovos em seu saco gutural. Esse método de reprodução único permitiu o nascimento de indivíduos totalmente formados em cativeiro.
O diretor da estação reprodutiva e acadêmico do Departamento de Zoologia, Juan Carlos Ortiz, destacou que a conservação da rã-de-Darwin tem sido um esforço contínuo desde 2009, com o apoio do Zoológico de Leipzig. A recente ampliação do espaço de reprodução permitirá abrigar tanto os anfíbios trazidos de Chiloé quanto os recém-nascidos.
O processo de quarentena foi crucial para garantir que os exemplares trazidos de Chiloé não estivessem infectados pelo fungo. Os cuidados meticulosos deram frutos, e já foram registrados nascimentos bem-sucedidos na estação reprodutiva. Espera-se que em agosto ou setembro, os exemplares masculinos comecem suas vocalizações para atrair as fêmeas e dar início a um novo período reprodutivo.
Esse avanço na conservação da rã-de-Darwin é um passo significativo para a reintrodução da espécie em seu habitat natural, uma vez que a ameaça do fungo quitrídio esteja controlada.