Pesquisa da UdeC revela resultados animadores da relação entre Araucaria araucana e fungos em solos pós-incêndio
O projeto Fondecyt 11220305, intitulado “Interação tripartite entre fungos micorrízicos arbusculares, fungos endofíticos e plantas de Araucaria araucana: efeito no desempenho das plantas e sua capacidade de estabelecimento em solos afetados por incêndios florestais recentes”, liderado pelo Doutor em Ciências Biológicas, acadêmico do Departamento de Ciências e Tecnologia Vegetal da Universidade de Concepción, Campus Los Ángeles, Daniel Chávez Matamala, apresentou resultados interessantes sobre o reflorestamento desta espécie em solos afetados por incêndios florestais.
Em perspectiva, as conclusões preliminares dos primeiros ensaios do ano um, nos quais foram realizadas avaliações iniciais em nível de viveiro, demonstraram alguns efeitos significativos dos fungos, tanto arbusculares quanto endofíticos, que potencializam o crescimento da Araucaria araucana e permitem um maior desenvolvimento em nível de viveiro.
O acadêmico do Campus Los Ángeles da Universidade de Concepción afirmou que “as plantas inoculadas com esses fungos, em relação às plantas controle que também foram plantadas nesses locais, responderam melhor, apresentando maior conteúdo nutricional, maior desenvolvimento radicular e em altura em comparação com as plantas controle”, acrescentando que esses resultados provisórios mostram a importância do componente biológico associado ao sistema radicular quando as plantas serão estabelecidas nessas condições de solo.
Parâmetros fisiológicos
O Dr. Chávez também destacou a relevância dos parâmetros fisiológicos que também foram beneficiados entre as plantas inoculadas com esses consórcios de fungos, ao contrário das plantas que são produzidas muito bem em viveiro, mas sem considerar os microrganismos associados a elas.
“Tanto em solos altamente afetados quanto não afetados, as plantas inoculadas respondem melhor, então essa é uma variável a ser considerada nos programas de reflorestamento, especialmente com esta espécie emblemática para o país, nos quais deve-se considerar este componente biológico associado a essas plantas”, afirmou.
Todo esse trabalho resultou em uma tese de graduação, na qual foram evidenciadas algumas diferenças importantes. Por fim, essas plantas já inoculadas foram levadas e estabelecidas diretamente na Reserva Nacional China Muerta, e os resultados mostraram a resposta das plantas quando estabelecidas em solos altamente afetados pelo fogo.
O profissional esclareceu que o trabalho realizado foi apenas na zona da Cordilheira dos Andes, onde está localizada a Reserva Nacional China Muerta. Sobre este ponto, o docente concluiu que “sempre é importante trabalhar com o material biológico das zonas onde essas plantas serão introduzidas, assim como com os microrganismos, para poder massificar e reinocular as plantas antes do transplante para o campo”.
Em outro ponto, o Dr. Chávez afirmou que, embora conheça os prazos em que os projetos geralmente se desenvolvem, seu objeto de estudo sempre requer mais tempo, pois a Araucaria araucana tem crescimento lento. “Estamos falando de uma espécie milenar, que pode levar 40 ou 60 anos para produzir suas sementes. Requer um tempo de avaliação bastan
O acadêmico espera poder continuar estudando tudo relacionado aos fungos endofíticos associados à Araucaria araucana. Durante o desenvolvimento do projeto, receberam a visita do Dr. Rafael Vilela, do Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene), Recife, Brasil (pesquisador especialista em fungos endofíticos).
“Conseguimos fazer vários isolamentos de endófitos e agora queremos estudar tudo relacionado à identificação molecular deles para conhecer sua diversidade e continuar gerando esses consórcios, determinando quais espécies estão presentes na Araucaria araucana. Isso permitirá, no futuro, estudar o potencial biotecnológico por trás desses fungos”, finalizou o Dr. Chávez.