Biobío: exportações de madeira serrada e produtos de papel apresentam queda significativa no primeiro trimestre
Durante os primeiros meses deste ano, as exportações do setor florestal no Biobío registraram quedas no primeiro trimestre de 2025. Isso foi revelado pelo boletim regional de exportações silvoagropecuárias, elaborado pelo Escritório de Estudos e Políticas Agrárias (Odepa) do Ministério da Agricultura.
Especificamente, nesta primeira parte do ano, "a exportação de madeira serrada caiu 14,9%, ou seja, US$ 97,7 milhões, devido a preços menores e uma redução nos volumes enviados ao México e à China. Também foram observadas quedas nos produtos do grupo de papéis, como o cartão multicamada revestido, que diminuiu 8,1%", explicou a secretária regional ministerial (seremi) da Agricultura, Pamela Gatti.
Apesar disso, a seremi afirmou que as exportações florestais chilenas atingiram US$ 1.602,5 milhões nesses meses, representando um crescimento de 4,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. Lembremos que, em 2024, o setor fechou com envios de US$ 6.370,7 milhões, um aumento de 14,7% em comparação a 2023.
Sobre o assunto, o seremi da Economia do Biobío, Javier Sepúlveda, disse que "embora os números das exportações florestais do primeiro trimestre de 2025 mostrem uma queda em relação aos anos anteriores, continuamos vendo que este segmento permanece como o principal motor de desenvolvimento na Região (...) Isso reafirma o papel protagonista que nossa Região tem na indústria florestal nacional (...) Essas variações respondem a fatores globais, como a menor demanda internacional e as mudanças nos preços de mercado, mas não alteram o compromisso que temos de continuar fortalecendo este setor estratégico para nossa economia".
Assim, diante dos desafios globais, como a imposição de novas tarifas pelos Estados Unidos, a desaceleração econômica e as exigências ambientais dos mercados desenvolvidos, a seremi da Agricultura garantiu que o setor florestal chileno tem a capacidade de se adaptar e continuar sendo um motor-chave da economia nacional.
Um exemplo disso são as ações que o Instituto Florestal do Chile (Infor) está realizando, entidade que, segundo Gatti, está implementando medidas para fortalecer a inovação, o desenvolvimento de produtos com maior valor agregado e a incorporação de padrões sustentáveis que atendam às novas exigências do mercado internacional.
Por sua vez, o seremi da Economia informou ainda que "por meio do Plano de Fortalecimento Industrial, estão sendo impulsionadas medidas concretas para transitar rumo a um novo modelo de desenvolvimento florestal, que considere um processo de reflorestamento sustentável para pequenos e médios proprietários, assim como a sofisticação produtiva com métodos modernos de construção em madeira (...) Temos plena confiança na capacidade do setor de se adaptar aos desafios e continuar sendo um motor de desenvolvimento para a região".
Em relação ao setor e aos sindicatos, vale mencionar que o Diario Concepción esgotou os recursos para conhecer a impressão da Corporação Chilena da Madeira (Corma), porém a entidade não concordou em fornecer respostas.
Produtos que registraram crescimento
Por outro lado, entre os materiais que tiveram crescimento nas exportações no primeiro trimestre, o produto 'estrela' e mais 'sólido' foi a polpa química, representando mais de 50% do total exportado. Além disso, destacaram-se a polpa branqueada de eucalipto e pinheiro radiata, acompanhadas por um crescimento sustentado em molduras e painéis de madeira.
"O principal motor do crescimento foi, novamente, a polpa química, que liderou as exportações com US$ 904,9 milhões, representando 56,5% do total exportado no primeiro trimestre", disse Gatti.
Da mesma forma, a polpa branqueada de eucalipto apresentou um desempenho de US$ 480,9 milhões em envios, o que equivale a um aumento de 28,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. Na sequência, as exportações de polpa branqueada de pinheiro radiata alcançaram US$ 311,4 milhões, cifra que representa um crescimento de 14,9%.
Segundo a seremi da Agricultura, esses resultados refletem o esforço do setor para manter sua competitividade em um cenário internacional complexo. "A demanda de mercados-chave como a China tem sido fundamental para manter o dinamismo das exportações, apesar de um contexto internacional desafiador".
Continuando, as molduras de madeira encerraram o primeiro trimestre com um total de US$ 71,9 milhões em encomendas, registrando um crescimento de 11,4%, sendo os Estados Unidos o principal parceiro importador.
Além disso, os painéis de madeira mantiveram-se estáveis em torno de US$ 146,4 milhões, com destaque para o desempenho dos painéis compensados de pinheiro radiata, enviados principalmente aos Estados Unidos e México.
Questionada sobre as projeções, Gatti afirmou que "as perspectivas para os próximos meses são moderadas, embora condicionadas pela evolução do contexto global, diante do qual o Ministério da Agricultura continuará monitorando o cenário internacional, conforme seu compromisso de apoiar o setor em seu processo de adaptação e crescimento sustentável".
Enquanto isso, o seremi da Economia, Javier Sepúlveda, finalizou destacando que é muito importante "que a indústria florestal não apenas mantenha sua liderança, mas também avance em direção a uma maior diversificação, valor agregado e sustentabilidade".
Fonte:Diario Concepción