Exportações florestais crescem impulsionadas pela demanda da China e EUA, protagonistas da guerra comercial
A demanda da China e dos Estados Unidos, países que protagonizam a guerra comercial, impulsionou o crescimento das exportações madeireiras chilenas nos primeiros meses do ano.
As exportações florestais atingiram US$ 1.602,5 milhões no primeiro trimestre de 2025, um crescimento de 4,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. Assim indicou o Instituto Florestal (Infor) do Ministério da Agricultura, que comentou que este resultado consolida a tendência positiva observada em 2024, quando o setor fechou com embarques de US$ 6.370,7 milhões, 14,7% a mais que em 2023.
O principal produto exportado foi a polpa química, com US$ 904,9 milhões, representando 56,5% do total.
Destinos
Quanto aos destinos das exportações, a China consolidou-se como o principal mercado, com compras de US$ 607,2 milhões, um aumento de 3,2%. Esse montante representou 37,9% do total embarcado para o exterior.
Seguiram-se os Estados Unidos, com US$ 288,4 milhões, o que equivale a um aumento de 5,4% e a 17,9% do total das exportações. Dessa forma, a nação asiática e o mercado estadunidense concentraram quase 56% das compras do Chile.
Mais atrás ficou o México, que, apesar de reduzir suas compras em 8,9%, totalizou US$ 84,9 milhões até março. Em seguida, destacam-se a Coreia do Sul, com US$ 68,6 milhões e um avanço de 3,2%, e os Países Baixos, com US$ 61,8 milhões e um incremento de 52,3%.
“Estes resultados refletem o esforço do setor para manter sua competitividade em um cenário internacional complexo. A demanda de mercados-chave como a China tem sido fundamental para manter o dinamismo das nossas exportações”, afirmou o ministro da Agricultura, Esteban Valenzuela.
O Infor explicou que as participações da China e dos Estados Unidos nas exportações florestais chilenas apresentam comportamentos diferentes. No caso do país asiático —indicou—, observa-se uma tendência de alta desde 2021, quando no primeiro trimestre representava 28,9% das compras, cifra que agora alcança 37,9%.
Por outro lado, a participação dos Estados Unidos, “embora tenha apresentado algumas variações nos últimos anos, mantém-se dentro de faixas habituais”, acrescentou.
Disputa tarifária
Diante de desafios globais, como a imposição de tarifas pelos Estados Unidos, a desaceleração econômica e as exigências ambientais dos mercados desenvolvidos, a diretora executiva do Instituto Florestal, Sandra Gacitua, afirmou que “o setor florestal chileno tem a capacidade de se adaptar e continuar sendo um motor-chave da economia nacional”.
Acrescentou que “espera-se que durante 2025 as exportações florestais mantenham-se em níveis similares aos observados em anos recentes. No entanto, considerando o atual cenário de guerra comercial e a incerteza quanto à evolução das tarifas em mercados-chave, é recomendável projetar com cautela”.
Sustentou que “por enquanto, não é possível antecipar com precisão um montante de fechamento para o ano, já que dependerá em grande medida do comportamento do comércio internacional nos próximos trimestres”.
O Infor explicou que, até agora, não há produtos florestais chilenos afetados pela imposição de tarifas nos Estados Unidos. Mas precisaram que essa situação poderia mudar, já que no passado 1º de março, o presidente Donald Trump solicitou ao secretário de Comércio que iniciasse uma investigação sob a Lei de Expansão Comercial (Trade Expansion Act), com o objetivo de determinar se as importações de madeira representam uma ameaça à segurança nacional.
Fonte: El Mercurio