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Líderes do setor florestal concordam sobre urgência de maior segurança e inovação após encontro Biobío 2050

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A necessidade de garantir segurança para reativar os investimentos florestais e o potencial da madeira como ferramenta contra as mudanças climáticas foram os consensos mais claros que surgiram após o segundo encontro "Biobío 2050: O futuro florestal", organizado por La Tribuna e realizado no Club de la Unión de Los Ángeles. Os participantes compartilharam reflexões e concordaram sobre os obstáculos que hoje freiam o desenvolvimento setorial na Macrozona Sul.

As lacunas em matéria de violência rural perpassaram praticamente todas as intervenções dos participantes. René Muñoz, gerente da Associação de Contratistas Florestais (Acoforag), foi categórico a respeito: "O setor florestal hoje é estratégico, mas se não conseguirmos que a segurança seja estabelecida como um princípio, a verdade é que tudo pode ir por água abaixo".

Muñoz valorizou as oportunidades de crescimento do setor, mas condicionou qualquer avanço à resolução do problema de fundo. "Estamos perdidos se a segurança não for considerada como o aspecto mais importante na hora de investir, desenvolver projetos e transitar pelos territórios", afirmou.

O executivo destacou ainda como o Chile tem sido modelo de desenvolvimento florestal para outros países latino-americanos, como Uruguai, Paraguai, Colômbia e Peru. Esse conhecimento acumulado, afirmou, deve continuar sendo promovido por entidades como o Instituto Florestal do Chile (Infor).

Da Sociedade Agrícola do Biobío (Socabío), seu presidente, José Miguel Stegmeier, destacou a perspectiva integral impulsionada pelos expositores do evento. "Como agricultores, sempre insistimos que o mundo rural vai muito além da nossa ocupação. O mundo florestal é hoje uma atividade chave para nossa região", disse.

O líder agrícola enfatizou como a convivência entre os diferentes setores produtivos gera desafios que requerem uma abordagem conjunta. Nesse ponto, destacou especialmente o que chamou de "fenômeno das meias-hectares", que tem apresentado sérios desafios aos pequenos proprietários de terras em relação à conciliação de suas atividades.

No entanto, Stegmeier ressaltou que uma das maiores dificuldades do setor está relacionada à florestação e reflorestação. "A única maneira de fortalecer o setor é tendo florestas que sejam a matéria-prima para as indústrias e os pequenos serradores", refletiu.

A construção em madeira surgiu como uma das soluções mais promissoras durante o encontro. Sandra Gacitúa, diretora executiva do Infor, foi categórica a respeito: "A madeira é o único material de construção nobre. Para obtê-la, precisamos continuar florestando, gerando árvores que capturem carbono e, assim, contribuindo para mitigar as mudanças climáticas".

Gacitúa enfatizou a necessidade de políticas que fortaleçam o capital humano e incorporem "o uso da madeira na construção de obras públicas, de preferência em nível nacional".

Da perspectiva empresarial, Ignacio Lira, gerente de Assuntos Corporativos da CMPC, lembrou o amplo potencial que possui a construção com essa matéria-prima.

O encontro também contou com a participação de Arturo Jorquera, subgerente da Arauco Trading, que concordou que se deve explorar a ampla gama de oportunidades oferecidas pelas florestas: "O setor pode gerar uma tremenda oportunidade do ponto de vista do trabalho e de oferecer uma solução para as necessidades habitacionais".

O executivo lembrou que no Chile cerca de 20% da participação na construção corresponde à madeira, em circunstâncias em que ela poderia dar uma resposta "a grande parte do déficit habitacional".

Consequentemente, Jorquera propôs ampliar a perspectiva e considerar, como alternativa, levar a madeira para a infraestrutura pública, como escolas, bibliotecas e outras obras que "podem perfeitamente ser feitas desse material".

CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Um dos expositores do encontro, o presidente da Corporação Chilena da Madeira (Corma), Rodrigo O'Ryan, enfatizou a importância de incorporar ao setor os conhecimentos científicos e técnicos: "O dado mata o discurso. Nós trabalhamos com essa informação e a necessitamos tanto para nossa gestão quanto para implementar melhorias".

Nesse campo, afirmou que o potencial da inteligência artificial e do big data poderia facilitar tarefas como "o monitoramento da biodiversidade, o crescimento de nossas árvores, a eficiência logística, a eficiência da produtividade, entre outros".

Por sua vez, a gerente da Corma Biobío-Ñuble, Margarita Celis, trouxe uma perspectiva que não só considera sustentabilidade e relacionamento comunitário, mas também equidade de gênero. "Não há sustentabilidade se não houver integração ambiental, social e econômica em um desenvolvimento harmônico, equilibrado e inclusivo", propôs.

A respeito, a representante regional lembrou o programa "Mais Mulher" da corporação, que busca aumentar a participação laboral feminina para 20% até 2026 em toda a cadeia produtiva florestal.

PAPEL INSTITUCIONAL

O painel de conversação também contou com a participação do diretor regional da Conaf, Esteban Krause, que afirmou que a instância permitiu "refletir sobre o que está por vir" e destacar a importância da atividade florestal "como elemento importante para a mitigação das mudanças climáticas".

Na ocasião, o diretor valorizou a criação do Serviço Nacional Florestal (Sernafor), entidade que, em sua opinião, gerará condições "para que o setor florestal continue sendo uma contribuição importante na economia, mas incorporando a tecnologia".

O evento também contou com a participação do conselheiro regional Juan Carlos Villanueva, que destacou especialmente a disposição ao diálogo dos participantes. Diante disso, ofereceu o apoio do Governo Regional no que diz respeito "ao próximo encontro que La Tribuna está propondo, que tem a ver com a construção em madeira e com a incorporação da tecnologia nos produtos derivados da madeira".

PROJEÇÕES E APRENDIZADOS

A diretora de La Tribuna e Rádio San Cristóbal, Claudia Fuentes, foi a responsável por moderar o painel de especialistas e encerrar as atividades com um agradecimento pela alta participação. "Estamos realizando esse tipo de evento de maneira cada vez mais recorrente. Em breve teremos um novo em julho, no qual abordaremos outros aspectos da madeira", anunciou.

Fuentes destacou o interesse que o encontro despertou, já que "foi difícil encerrá-lo, porque havia muitas perguntas do público. Todos queriam fazer parte desse espaço".

A diretora lembrou que gerar essas instâncias de discussão faz parte da missão do veículo que lidera: "Queremos ser convocantes e que nosso público participe das diversas atividades que estamos planejando para o futuro, já que envolverão diferentes setores".

Fuentes confirmou que o ciclo Biobío 2050 continuará somando encontros setoriais ao longo do ano, mantendo seu característico enfoque de longo prazo.

Fonte:La Tribuna


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