Impulso florestal posiciona Ñuble entre as regiões com maior crescimento exportador do país
Ñuble está se destacando no mapa exportador silvoagropecuário nacional. Durante o primeiro semestre de 2025, a região registrou envios de US$ 637,7 milhões, o que representa um crescimento de 12,3% em relação ao mesmo período do ano anterior, superando amplamente a média nacional, que caiu 2,0%, segundo dados da Oficina de Estudos e Políticas Agrárias (Odepa) e da Direção Nacional de Alfândegas.
Com esse desempenho, Ñuble ficou em sexto lugar a nível nacional, representando 5,8% das exportações silvoagropecuárias do país. A chave desse avanço está no dinamismo do setor florestal, que, junto com a agricultura, conseguiu compensar a queda em produtos tradicionais como celulose e sementes.
Madeira elaborada e serrada impulsionam os números
O setor florestal contribuiu com a maior parte do crescimento regional, com exportações de US$ 372,6 milhões no primeiro semestre, um aumento de 13,4% em relação ao ano anterior. O impulso veio especialmente dos produtos com maior valor agregado, como as madeiras elaboradas, que alcançaram US$ 101,4 milhões (+90,1%), e as madeiras serradas, que dobraram de valor, totalizando US$ 65,5 milhões (+107,0%).
No entanto, nem tudo foi positivo. A celulose, que continua sendo o principal produto florestal exportado pela região, sofreu uma contração de 15,4%, fechando o semestre com US$ 204 milhões. A queda se deve a uma combinação de menor produção local e um mercado internacional adverso, afetado pela baixa nos preços, excesso de oferta e menor demanda da Ásia.
Frutas congeladas: o novo motor agrícola
Paralelamente, o setor agrícola também teve um semestre positivo, com exportações de US$ 264,6 milhões, um aumento de 11,0% em relação a 2024. Destacam-se os envios de frutas processadas, especialmente congeladas, que somaram US$ 99,9 milhões (+38,7%), impulsionados por um aumento na produção de mirtilos, cerejas, framboesas e morangos.
Pela primeira vez, as frutas congeladas superaram em valor as frutas frescas (US$ 89,9 milhões, +14,0%), que apresentaram resultados díspares, especialmente nas cerejas, afetadas por uma baixa temporada.
Os legumes processados, em sua maioria congelados como aspargos, também surpreenderam positivamente: US$ 15,2 milhões exportados, com um aumento de 52,3%.
Em contraste, as exportações de sementes para plantio caíram drasticamente para US$ 17,3 milhões, uma queda de 49,3%, devido à menor demanda no Hemisfério Norte. Também houve uma leve diminuição nos envios de inulina (US$ 28,6 milhões, -3%), enquanto o açúcar cresceu 16%, totalizando US$ 10,8 milhões.
Destinos: EUA e China dominam o mercado
Os principais mercados para os produtos silvoagropecuários de Ñuble neste período foram os Estados Unidos (32%) e a China (31%), seguidos por México, Coreia do Sul e Japão, com 4% cada. Os 26% restantes foram distribuídos entre outros destinos internacionais.