Acoforag: “Deve ser punido quem lucra com madeira roubada”
René Muñoz, gerente da Associação de Contratantes Florestais (Acoforag), ao valorizar esta investigação, afirmou que os responsáveis devem responder perante a justiça após 7 serrarias das regiões de Bío Bío e La Araucanía serem formalmente acusadas pelo Ministério Público de Alta Complexidade de La Araucanía por receptação de madeira, a qual foi roubada de propriedades da Forestal Mininco nas comunas de Galvarino e Collipulli.
“Na Associação de Contratantes Florestais, acreditamos que é uma boa notícia que essas empresas ou serrarias que lucraram com madeira obtida ilegalmente devam ser punidas. Lembremos que o roubo de madeira era parte, uma grande parte, do que financiava grupos terroristas que atacavam contratantes florestais”, destacou Muñoz.
Trata-se das empresas Laminadora Los Ángeles S.A., Forestal Javier Pezoa EIRL, Inversiones Rayenco Ltda., Maderas Río Blanco SpA, Serrarias Los Castaños Ltda., Serviços Florestais Rosário Ltda. e Processadora de Madeira Los Ángeles S.A. (PROMASA), as quais, durante 2022, teriam recebido matéria-prima adquirida ilegalmente, sendo também processadas as pessoas físicas que realizaram a transação em seu nome.
As seis primeiras empresas aceitaram uma suspensão condicional do processo, comprometendo-se a doar mais de 80 milhões de pesos a escolas rurais de Galvarino, enquanto a última – que, segundo a investigação, adquiriu mais de 2.300 m³ de madeira roubada, num valor superior a $144 milhões – optou por manter o processo em andamento.
É a primeira vez no Chile que pessoas jurídicas são acusadas por esse tipo de crime, lembrou o Ministério Público, tendo Miguel Terán Carrasco e Emanuel Espinoza Contreras, identificados como líderes da organização criminosa, já sido condenados a 5 anos de prisão por furto e associação ilícita para o roubo de madeira.
“O objetivo foi romper a cadeia de produção do crime e não apenas perseguir quem rouba a madeira, mas também quem a compra sabendo – ou não podendo deixar de saber – sua origem ilícita”, explicou o promotor Enrique Vásquez. Ele acrescentou que a investigação permitiu identificar 10 empresas, das quais 7 já foram formalmente acusadas e 3 serão em breve.
Cada empresa foi acusada junto à pessoa física que, em seu nome, geriu a compra da madeira. “Estamos diante de um marco relevante: trata-se da primeira acusação formal contra pessoas jurídicas por um crime específico. Neste caso, por receptação”, afirmou o promotor.
Quanto à Promasa, ele adiantou que “esperamos apresentar uma acusação contra ela. Especificamente, a investigação continua em relação à pessoa física que adquiriu diretamente a madeira roubada e também em relação à empresa que não tomou as precauções para evitar cometer o crime”.
Fonte:BiobioChile