Magdalena Lisboa: a engenheira florestal que lidera um projeto único no mundo a partir de Arauco
Desde a província de Arauco, Magdalena Lisboa está marcando um marco na silvicultura nacional. Engenheira florestal e filha de uma das primeiras gerações de profissionais do ramo no Chile, hoje ela lidera a Regnans, a única empresa no mundo que cultiva comercialmente o Eucalyptus Regnans fora da Austrália.
“Meu pai é o engenheiro florestal número 18 formado no Chile. Hoje ele tem 89 anos e ainda trabalha todos os dias comigo. É um privilégio”, contou Magdalena em entrevista ao Conversando com a Acoforag. Inspirada por sua infância cercada pela natureza e pela experiência de seu pai, Lisboa estudou engenharia florestal e depois realizou um doutorado com foco em silvicultura de eucaliptos. Há 11 anos, ela se juntou formalmente à empresa familiar.
O Eucalyptus Regnans —uma espécie originária da Austrália, onde está protegida em florestas nativas— foi introduzido no Chile há mais de 40 anos por seu pai, que descobriu seu potencial em testes do Instituto Florestal. Após anos de aprendizado por tentativa e erro, hoje a Regnans cultiva essa espécie de forma sustentável e certificada, exportando principalmente para a Austrália e abastecendo também o mercado nacional.
O principal uso dessa madeira é para revestimentos, pisos e móveis de alto valor, e sua secagem controlada representa um dos maiores desafios técnicos. “Tivemos que aprender do zero como secar essa madeira. É um processo muito longo, pode levar até seis meses”, explicou Lisboa. Esse conhecimento permitiu posicionar um produto competitivo em mercados exigentes, competindo até mesmo no país de origem da espécie.
Sobre sua contribuição pessoal, Magdalena destacou o papel da nova geração na modernização da empresa: “Trabalhei especialmente em abrir o mercado nacional, melhorar os processos administrativos e participar de feiras e seminários”.
Lisboa também comparou o Regnans com outras espécies, como o Nitens, que teve dificuldades para se consolidar como madeira estrutural no Chile devido a problemas na secagem: “Esse trabalho não pode ser feito em nível industrial. É mais próximo do processo artesanal realizado com madeiras nativas”.
A história de Magdalena Lisboa reflete como a inovação, a visão de longo prazo e a conexão com o território podem dar origem a um empreendimento único, sustentável e com projeção internacional.
A entrevista completa está no canal do Youtube da Acoforag: