SAG eleva alerta após detectar praga quarentenária em área florestal da região
O Serviço Agrícola e Pecuário (SAG) da região de Biobío estabeleceu uma zona de quarentena após detectar a presença do gorgulho-da-casca-do-pinheiro em plantações florestais de Los Ángeles. Trata-se de uma praga quarentenária que causa graves danos à madeira e que foi identificada após 12 anos de avanço progressivo desde o extremo sul do país.
O diretor regional do SAG, Roberto Ferrada, explicou que a espécie Pissodes castaneus "é um inseto que, devido aos seus hábitos, tem a capacidade de matar árvores saudáveis e vigorosas". Na região de Biobío, os exemplares previamente atacados pela vespa-da-madeira —praga sob controle— ficaram debilitados, por isso teriam maior predisposição ao ataque desse gorgulho.
DOZE ANOS DE VIGILÂNCIA
Ferrada destacou que o trabalho do SAG está inserido "em um plano nacional de detecção que vem sendo aplicado há 12 anos". A praga entrou por Futaleufú por meio de voo natural desde a Argentina e avançou "lentamente para o norte". Após 12 anos, chegou à região de Biobío, onde foi detectada em "um setor de plantações de pinheiro radiata em Los Ángeles, por atividades rotineiras de vigilância fitossanitária".
Uma vez confirmada cientificamente a espécie por meio de análises laboratoriais, foi publicada uma resolução oficial que estabelece restrições e ações técnicas específicas. "Continuamos monitorando a região e coletando amostras. Temos uma estratégia de armadilhas e vigilância direta em árvores suspeitas", afirmou o diretor regional.
PROTOCOLOS E EXPORTAÇÕES
Apesar da detecção, as exportações florestais da região não enfrentarão novas restrições comerciais. "Como a praga já está no país e o SAG já a informou oficialmente à Convenção Internacional Fitossanitária, hoje não há regulamentações adicionais ao comércio internacional de exportações de madeira", esclareceu Ferrada.
O diretor lembrou que Biobío "é uma zona produtora de madeira para exportação e também o local onde está a indústria florestal e os portos de embarque".
Os proprietários de florestas de pinheiro dentro da área regulamentada devem cumprir protocolos específicos quando quiserem colher e transportar madeira para serrarias ou plantas industriais em áreas livres. Essas medidas incluem "que a madeira seja transportada sem casca e outros protocolos técnicos para conter o avanço e dar espaço suficiente para a segunda estratégia, que é a liberação do controle biológico".
Roberto Ferrada informou que o SAG dialogou com a representação regional da Corporação Chilena da Madeira (Corma) e representantes de empresas florestais relevantes e de menor porte, para esclarecer regulamentações e requisitos.
"A praga não é nova para eles, pois sabem o que deve ser cumprido, e estamos aproveitando as oportunidades de melhoria, para que o movimento de madeira das zonas regulamentadas para as zonas livres seja ágil", explicou.
Fonte:La Tribuna