Congelados e madeiras impulsionam exportações de Ñuble em janeiro-julho
As exportações silvoagropecuárias de Ñuble totalizaram US$ 686,9 milhões entre janeiro e julho de 2025, representando um aumento de 2,9% em comparação com o mesmo período de 2024, segundo a Oficina de Estudos e Políticas Agrárias (Odepa), com dados da Alfândega.
O modesto crescimento foi influenciado pela desaceleração dos envios florestais, que somaram US$ 399,0 milhões, registrando um discreto aumento de 1,9%, puxado pela queda dos embarques de celulose e compensado por madeiras elaboradas e serradas.
O setor agrícola, por sua vez, com envios de US$ 287,3 milhões nos primeiros sete meses do ano, apresenta um crescimento acumulado de 4,3% em relação a janeiro-julho de 2024. Destacaram-se os desempenhos dos segmentos de frutas processadas (congeladas), hortaliças processadas (congeladas) e frutas frescas.
Em nível nacional, as exportações silvoagropecuárias caíram 2,4% em termos acumulados, com um aumento de 1,8% no setor florestal e uma queda de 5,7% no agrícola.
Envios florestais
Destaca-se o aumento de 71,4% nos envios de madeiras elaboradas (US$ 115,9 milhões). Da mesma forma, as madeiras serradas (US$ 73,9 milhões) apresentaram alta de 84,5% em comparação com janeiro-julho do ano passado.
No caso da celulose, embora continue sendo o principal produto, com US$ 207,1 milhões, registrou um recuo de 26,3%, aprofundando a queda observada nos últimos meses, devido a um mercado menos favorável.
Embarques agrícolas
Nos primeiros sete meses de 2025, destaca-se o dinamismo dos envios de frutas processadas - principalmente mirtilos, cerejas, framboesas, morangos e amoras congeladas - (US$ 117,7 milhões), que cresceram 35,0% em relação ao mesmo período de 2024, impulsionados pelos maiores volumes de produção da temporada; de fato, as exportações de frutas congeladas superaram amplamente as de frutas frescas (US$ 84,9 milhões), que cresceram 4,0%.
Quanto às hortaliças processadas, que correspondem em sua maioria a congeladas - como os aspargos - totalizaram US$ 16,3 milhões, registrando um aumento de 39,1% em relação a janeiro-julho do ano passado.
Daniela Acuña, subdiretora da Odepa, destacou as vantagens do congelado na logística de exportação e afirmou que "vemos que há oportunidades de mercado para este segmento, mas talvez seja um pouco complexo, pois a maioria é exportada para os Estados Unidos. Portanto, devido às mudanças nas tarifas, é preciso começar a diversificar os mercados de destino".
A profissional apontou para as mudanças nos hábitos dos consumidores em nível global. "Vemos que nas economias emergentes estão buscando alimentos que sejam fáceis de preparar, que facilitem um pouco a vida cotidiana, e nesse sentido, o congelado representa uma vantagem".
Por outro lado, o setor de sementes não conseguiu superar os números do ano passado, já que as exportações de sementes para plantio (US$ 18,6 milhões) diminuíram 51,1%, o que se explica por uma menor demanda no Hemisfério Norte.
Também se destacaram os envios de inulina (US$ 33,7 milhões), que registraram uma queda de 14% em valor; e de açúcar (US$ 12,6 milhões), que recuaram 2%.
Destinos
Os principais destinos das exportações silvoagropecuárias de Ñuble, entre janeiro e julho, foram: Estados Unidos, com participação de 33%; China, com 29%; México, Japão e Coreia do Sul, com 4% cada.
Fonte:La Discusión