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Municípios da Grande Concepção se preparam ante risco de incêndios florestais no verão

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Os incêndios florestais tornaram-se uma ameaça estrutural para o Chile, e a Região de Biobío concentra atualmente a maior parte da vulnerabilidade. Segundo dados da Conaf, a nível nacional a superfície afetada pelo fogo aumentou 194% na última década, passando de uma média de 55.378 hectares queimados entre 2004-2014 para 162.675 hectares entre 2014-2024.

O panorama é ainda mais preocupante ao observar a magnitude dos sinistros: os incêndios que superam as 200 hectares quase duplicaram em frequência, passando de 43 para 81 em média (+88%), enquanto o dano médio por evento cresceu 185%, com superfícies devastadas que passaram de 905 para 1.677 hectares.

Neste contexto, Biobío aparece como a região mais afetada. De acordo com um estudo técnico da empresa Equifax, 10% de sua superfície total queimou pelo menos uma vez na última década, o que equivale a 237.622 hectares. Além disso, concentra a maior superfície com ameaça na categoria “muito alta” do país: 156.270 hectares, equivalente a 6,5% de seu território, principalmente na Grande Concepção, Arauco, Lebu e Curanilahue.

A última temporada, que culminou em 30 de junho, tornou-se a segunda mais catastrófica da história regional.

Prevenção diante das altas temperaturas

O diretor regional da Conaf, Esteban Krause, destacou que a corporação mantém um trabalho permanente de mitigação.

“Realizamos manejo de vegetação, queimas controladas e corta-fogos em zonas estratégicas para reduzir a propagação do fogo. Também capacitamos comunidades, agricultores e escolas rurais através do programa Comunidades Preparadas frente aos incêndios florestais”, declarou.

“Até a data, mantivemos reuniões técnicas e de coordenação com os diversos organismos envolvidos na prevenção e combate a incêndios florestais. Participamos ativamente no COGRID e conformamos mesas técnicas para articular ações durante o período de maior risco. Igualmente, mantemos uma coordenação permanente com SENAPRED, polícias, Forças Armadas, Ministério Público, municípios, Bombeiros e empresas privadas, com o objetivo de ativar oportunamente todos os sistemas de emergência e enfrentar os desafios da temporada 2025-2026”, comentou o diretor regional.

Com as projeções climáticas que antecipam altas temperaturas, Biobío enfrenta o desafio dos incêndios. Como estão se preparando os municípios?

Preparação dos municípios da Grande Concepção em torno dos incêndios florestais

Com a chegada de setembro e o início das temperaturas mais altas, os municípios da Grande Concepção ativaram seus planos de preparação para enfrentar a temporada de incêndios florestais 2025-2026. A experiência de emergências passadas, somada ao contexto climático que antecipa verões mais secos e intensos, levou as autoridades locais a coordenar estratégias conjuntas e a exigir maior apoio estatal.

Hualpén: planejamento desde agosto e corta-fogos progressivos

Desde a Prefeitura de Hualpén recalcaram que a preparação inicia com meses de antecipação: “Sempre começamos em agosto aquela planejamento. Mas os corta-fogos se fazem somente depois que terminam as temporadas de chuva, porque se corta, chove e volta a crescer. Por isso os corta-fogos se fazem desde setembro, outubro em diante, inclusive novembro, dezembro e janeiro”.

Hualqui: mesas técnicas e fortalecimento comunitário

A prefeitura detalhou que para este verão “está se preparando a equipe da oficina com implementos que permitam apoiar a emergência durante a temporada de incêndios florestais, como equipamentos de comunicação com melhor alcance na comuna, um posto de comando com tudo o necessário, ferramentas em veículos de emergência municipal, entre outros”.

Além disso, realizam-se mesas técnicas com participação de Bombeiros, Carabineiros, empresas florestais como CMPC e Arauco, CONAF e a comunidade rural. Paralelamente, trabalha-se com a Rede de Prevenção Comunitária, chave para avaliar riscos locais e desenhar soluções específicas.

“Estamos incorporando capacitações em Sistema de Comando de Incidentes (SCI) por parte da CONAF e reforçando a formação de funcionários através da academia SENAPRED”, acrescentaram desde a prefeitura.

Chiguayante: planos normativos e trabalho com vizinhos

A comuna de Chiguayante apostou na atualização normativa e no trabalho territorial. Segundo explicou o diretor de Segurança Cidadã, Emergência e Proteção Civil, Daniel Carrillo, “estivemos realizando reuniões com a rede de prevenção nos setores sul e norte da comuna, revisando os fatores de risco. Também fizemos caminhadas com os vizinhos da borda do morro para determinar vias de evacuação e zonas seguras”.

O funcionário precisou que em outubro se realizará o COGRID comunal, espaço onde se reunirão todas as entidades com responsabilidade na gestão de riscos, com o fim de coordenar ações técnicas e operativas.

“Durante este tempo esteve se realizando trabalho de corta-fogos em terrenos públicos, de cara à temporada de verão”, agregou Carrillo.

San Pedro de la Paz: plano estratégico em revisão

Em San Pedro de la Paz, o diretor de Segurança Pública, Rodrigo Medina, sinalizou que o plano estratégico para 2026 está em pleno desenvolvimento. “Já estamos com os planos de ação com o tema dos corta-fogos. O plano estratégico ainda deve passar pela aprovação do prefeito e do SENAPRED, mas estamos bem, preparando-nos para o que nos vem nesta matéria”, indicou.

Talcahuano: simulado marítimo e capacitação em SCI

Em Talcahuano, o chefe de Gestão do Risco de Desastres, Boris Sáez, detalhou que a prefeitura trabalha em três frentes: capacitação, simulados e redução de material combustível.

“A última semana de agosto programamos uma capacitação em Sistema de Comando de Incidentes com CONAF, porque a nova Lei SENAPRED obriga a incorporá-lo na gestão municipal. Além disso, junto à Armada e SINAPRED, organizamos um simulado de incêndio florestal em Tumbes, com evacuação marítima, programado para outubro”, explicou Sáez.

À par, a Direção de Limpeza e Ornato, a Armada, a empresa Huachipato e florestais locais reforçarão corta-fogos e reduzirão material combustível. O plano inclui campanhas cidadãs para promover a denúncia temprana de focos de incêndio e um incremento da patrulha municipal em setores críticos.

Concepción: plano integral com ênfase em educação cidadã

O prefeito de Concepción, Héctor Muñoz, anunciou um plano integral que contempla reforçar a construção e manutenção de corta-fogos, equipes municipais com maquinaria, e um plano de contingência coordenado com CONAF, Bombeiros e a Delegação Presidencial.

“Sabemos que será um verão complexo pelas condições climáticas, mas nossa prioridade é proteger as famílias penquistas e reduzir ao máximo o risco de emergências”, declarou. Muñoz destacou também o trabalho educativo com vizinhos para fomentar a limpeza de terrenos e a denúncia de queimas ilegais.

Coronel: corta-fogos e trabalho comunitário

Em Coronel, o encarregado do Departamento de Gestão de Riscos e Desastres, Jaime Seguel, informou que a prefeitura realiza cerca de 18 quilômetros de corta-fogos, em colaboração com o Governo Regional e Sernafor.

“Realizam-se limpezas de mato em lugares de difícil acesso e reforça-se o trabalho comunitário na rede de prevenção, com capacitações que abordam fatores associados às queimas”, sinalizou.

Penco, Tomé e Florida: pressão pelo uso de fogo técnico

Em uma ação conjunta, os prefeitos de Penco, Tomé e Florida enviaram uma carta ao Governo solicitando reconsiderar a proibição do uso de fogo técnico em zonas de interface urbano-florestal. Argumentam que a acumulação de biomassa vegetal é um “risco iminente” e que as queimas controladas, sob protocolos da CONAF, são uma ferramenta preventiva necessária.

O prefeito de Tomé, Ítalo Cáceres, enfatizou: “Vivemos situações de catástrofe em 2017 e 2023, e não queremos que se repitam. Por isso é chave o trabalho colaborativo entre comunas”.

Por sua parte, o prefeito de Penco, Rodrigo Vera, destacou a criação da Associação Preventiva de Incêndios Florestais da Grande Concepção, integrada inicialmente por Penco, Tomé e Florida, mas aberta a mais municípios. “Com uma aliança público-privada queremos tomar medidas de prevenção como corta-fogos. Agora estão as condições ótimas para avançar, a terra não está seca, é o momento de fazer corta-fogos”, afirmou.

Fonte:Diario Concepción

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