Biobío: queda no movimento portuário atinge a indústria florestal
O Instituto Nacional de Estatísticas (INE) revelou que entre 2015 e 2024, pelos portos da Região de Biobío foram movimentadas 309 milhões de toneladas, sendo o setor florestal um dos protagonistas neste intercâmbio comercial. No entanto, 2024 marcou o nível mais baixo da década com apenas 25,8 milhões de toneladas, o que representou uma queda de 11% em relação a 2023.
O relatório detalha que 43% da carga corresponde a exportações, principalmente produtos florestais como celulose, madeira serrada e papel, que historicamente lideram os envios da região. Seguem-se as importações com 37,2% e o cabotagem com 17,1%.
O ano de 2018 foi o pico de atividade, com 34,9 milhões de toneladas movimentadas, cifra que coincidiu com um boom das exportações florestais. Desde então, o movimento tem mostrado flutuações e, nos últimos três anos, uma queda sustentada, explicada pela diminuição no embarque de granel sólido — onde se concentra grande parte da carga florestal — e pela contração do comércio internacional.
Os envios em contêineres, por sua vez, representaram em média 62,9% das exportações, o que reflete a crescente diversificação e valor agregado nos produtos florestais da região.
O sindicato tem alertado que esta tendência descendente afeta a competitividade do setor, já que o Biobío concentra boa parte da cadeia logística florestal do Chile, com impacto direto no emprego, investimentos e na operação das PMEs madeireiras.
Em contraste, o cabotagem mostrou resiliência até 2018, mas 2024 também registrou seu pior nível em dez anos, com 4,7 milhões de toneladas, afetado pela queda na carga desembarcada.
A situação apresenta um desafio estratégico: como fortalecer a infraestrutura portuária e logística do Biobío para recuperar dinamismo em um setor chave não apenas para a região, mas para toda a economia chilena.