María Ignacia Fernández assume como nova ministra da Agricultura
O Presidente Gabriel Boric concretizou nesta quinta-feira um novo ajuste em seu gabinete, aceitando a renúncia do ministro da Agricultura, Esteban Valenzuela (FRVS), e nomeando em seu lugar María Ignacia Fernández Gatica, até então subsecretária da mesma pasta.
A saída de Valenzuela ocorre em meio a tensões políticas após a Federação Regionalista Verde Social (FRVS), junto com a Ação Humanista, impulsionar uma lista paralela para as próximas eleições parlamentares, o que gerou desconforto no Mandatário.
Trajetória e perfil da nova ministra
Fernández, nascida em Santiago em 1973, é socióloga pela Pontifícia Universidade Católica do Chile, mestre em Ciência Política pela Universidade do Chile e doutora em Sociologia pela Universidade de Barcelona. Sua trajetória combina o mundo acadêmico, a gestão pública e a pesquisa aplicada ao desenvolvimento territorial.
Em sua carreira profissional, trabalhou em instituições como o CIEPLAN, a SUBDERE —onde participou da instalação das regiões de Los Ríos e Arica e Parinacota— e no Centro Latino-Americano para o Desenvolvimento Rural (RIMISP), onde foi pesquisadora principal e posteriormente diretora executiva. Também exerceu docência em universidades como Los Lagos, Diego Portales e a Universidade do Chile.
Durante a segunda administração de Michelle Bachelet, integrou a Comissão Assessora Presidencial para a Descentralização e o Desenvolvimento Regional e assessorou a Diretoria de Orçamentos. Além disso, foi consultora para organismos internacionais como o Banco Mundial, o BID e a FAO.
Desafios no ministério
A chegada de Fernández ao gabinete ocorre em um momento chave para a agenda agrícola, marcada pelos efeitos das mudanças climáticas, a segurança alimentar, o impulso à inovação produtiva e a tensão na Macrozona Sul, onde persistem ataques que afetam o setor florestal e agrícola.
Sua nomeação é interpretada como um sinal de continuidade na pasta, dado que atuava como subsecretária desde março de 2023, mas também como um gesto político do Executivo frente à necessidade de reorganizar as relações com os partidos governistas.
Com esta mudança, o governo busca reforçar a gestão na Agricultura com uma ministra de trajetória técnica e ampla experiência em políticas públicas, desenvolvimento rural e descentralização.