Filho de trabalhador assassinado exige justiça e pede que o Governo "veja a realidade do Chile"
Dor e desalento foram expressos pelo filho de Manuel León Urra (60), trabalhador brutalmente assassinado após um ataque armado em Victoria, região de La Araucanía. O familiar pediu que o Governo "saia e veja a realidade do Chile", exigindo justiça pelo ocorrido.
Em diálogo com a Rádio Bío Bío em Temuco, Manuel Alejandro León González disse que espera que a morte de seu pai "não seja mais um número de tudo o que tem ocorrido ao longo do tempo em La Araucanía".
Nesse sentido, solicitou ao Governo que "de uma vez por todas saiam e vejam a realidade do Chile, porque no final nós somos de La Araucanía, gente trabalhadora, que há muito tempo estamos à deriva em questões de segurança".
"Porque não é a primeira vez, já ocorreu muitas vezes com outras pessoas também. E tudo fica no papel ou na impunidade, investigações, toda essa questão, mas no final resultados não são vistos", afirmou.
O desabafo do filho do trabalhador falecido em La Araucanía
León González insistiu que buscam levantar a voz para que este tipo de crimes não continuem ocorrendo, afirmando que "hoje há uma família destruída, filhos, netos, amizades".
"Meu pai era uma pessoa muito amigável, uma pessoa que considero muito correta acima de tudo, e que tenha morrido da forma como o assassinaram, não corresponde. Porque nós somos pessoas, somos gente trabalhadora, de bem, de esforço", acrescentou.
Assim, negou que tenha existido uma ameaça prévia a seu pai, indicando que mantêm uma muito boa relação com seus vizinhos na comunidade onde vivem.
"Aqui o terrorismo já está rompendo todos os limites, porque no final eles se atrincheiram em sua causa. De que causa estamos falando? Assassinar gente inocente?", questionou.
"Aqui precisamos que de uma vez por todas coloquem as calças e protejam o povo, a gente, porque já basta com o que está acontecendo. Nós só queremos sepultar nosso pai em tranquilidade e paz, e que se faça justiça mais do que tudo", acrescentou.
León González exige justiça por crime de seu pai
Finalmente, sobre o funeral de seu pai, disse que "isso vai ser mais ambiente familiar. Nós agora vamos transladá-lo para seu campo para que esteja seu último momento lá, para se despedir de sua terra, de seu plantio, de seus gados e de sua família e amizades".
Dessa forma, concluiu que há "muita dor. Mas além disso não podemos fazer nada. Colocamos as mãos na justiça, mas que se faça justiça de uma vez por todas, que não fique em palavras vazias ou ao vento, que se faça justiça aqui em La Araucanía".
Fonte:BiobioChile