Quase dois anos no Congresso: Governo exige acelerar tramitação de lei que regula prevenção de incêndios florestais
Há mais de um ano no Senado e quase dois anos no total no Congresso Nacional, o projeto de lei que busca regular a prevenção de incêndios florestais e rurais. Nesse sentido, o Governo manifestou a urgência de que a iniciativa seja aprovada rapidamente, diante da próxima temporada de desastres 2025-2026.
Especificamente, a proposta busca fortalecer a estratégia de prevenção de incêndios, com ênfase na coordenação entre municípios, comunidades, proprietários e empresas florestais. Além disso, estabelece penalidades mais rigorosas para queimadas ilegais ou negligentes.
De acordo com o Executivo, o projeto reconhece a prevenção como prioridade e que a resposta a emergências não pode se limitar à reação. Nesse sentido, a iniciativa propõe medidas concretas como corta-fogos, participação de comunidades organizadas, novos planos de manejo, coordenação com o Serviço Nacional de Prevenção e Resposta a Desastres (Senapred) e o setor privado. Também inclui a colaboração de pequenos proprietários de terras.
“O reconhecimento das zonas de amortecimento e de interface urbano-rural, que concentram 80% da população em apenas 5% do território e representam cerca de 60% dos incêndios, é fundamental. A área afetada por incêndios no Chile dobrou na última década, e se não agirmos agora, a situação só piorará. A expansão urbana em zonas rurais, a falta de regulamentação e de educação ambiental em comunidades vulneráveis são problemas estruturais que exigem soluções legislativas firmes”, afirmou o ministro da Agricultura, Esteban Valenzuela.
Nesse sentido, o secretário de Estado fez um apelo para que “este projeto seja aprovado pelo Congresso o mais rápido possível. A temporada de incêndios 2025-2026 está chegando. A prevenção deve ser uma prioridade, e esta nova lei em construção é um passo nessa direção. Não se trata apenas de legislar, mas de tomar decisões que protejam nosso patrimônio natural e nossas comunidades”.
Por sua vez, o senador da Região de Biobío, Enrique van Rysselberghe, comentou sobre a tramitação estagnada da iniciativa, destacando que o projeto foi aprovado em geral em 2024 e que o lento avanço se deve a discussões específicas, cujos detalhes não são conhecidos.
Na mesma linha, van Rysselberghe afirmou: “Não conheço a razão específica pela qual este projeto não avançou em sua tramitação legislativa, e espero que o governo possa dar urgência máxima para sua rápida discussão, tanto na comissão quanto no plenário do Senado”.
Risco em Biobío
Vale lembrar que, segundo análise do Mapa de Risco, divulgado em abril deste ano, a Região de Biobío possui a maior área com ameaça na categoria muito alta, equivalente a 6,5% de seu território (156.270 ha), concentrada principalmente no Grande Concepción, Arauco, Lebu e Curanilahue. Em seguida está a Região de Valparaíso, com 4,7% de seu território (75.556 ha) nessa categoria, principalmente no Grande Valparaíso e nos municípios de La Ligua, Casablanca e San Antonio. Já a terceira posição é da Região Metropolitana, com 4,5% (69.323 ha) de área em ameaça muito alta, principalmente nos arredores de Santiago e nos municípios de Melipilla, Curacaví e Alhué.
Fonte:Diario Concepción