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Frane Zilic: “O Estado deve impulsionar a construção em madeira porque nenhum privado pode fazer isso sozinho”

Frane Zilic: “O Estado deve impulsionar a construção em madeira porque nenhum privado pode fazer isso sozinho”

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O setor da construção civil —na sua perspectiva mais tradicional— é responsável por 11% a 12% das emissões globais de carbono, cifra que supera até mesmo o transporte terrestre de pessoas, conforme alertou Frane Zilic, gerente da Biobío Madeira, que irá palestrar na quinta-feira, 14 de agosto, no Ciclo Biobío 2050: “Los Ángeles, Capital da Construção em Madeira”. O executivo defendeu o papel protagonista do Estado para transformar um setor onde a madeira é capaz de capturar carbono e gerar novos modelos de negócio para as pequenas e médias empresas (PMEs).

O executivo destacou a versatilidade da madeira e sua competitividade. No entanto, alertou que apenas o Estado pode permitir uma melhor distribuição de recursos e que as PMEs possam se tornar atores relevantes com padrões rigorosos de qualidade.

Em entrevista à Rádio San Cristóbal, Zilic contextualizou o desafio: “A construção, assim como outros setores, enfrenta desafios globais. A mudança climática e a maneira como estamos fabricando as coisas claramente têm um impacto no meio ambiente e trarão consequências em nível global e local”.

CONSTRUÇÃO: O SETOR MAIS POLUENTE

O gerente da Biobío Madeira identificou a construção como uma das indústrias mais intensivas no uso de materiais e, portanto, com maior impacto ambiental. Explicou que a grande quantidade de matéria-prima que precisa ser transportada gera emissões superiores a outros setores manufatureiros.

“Cerca de 11% a 12% vêm da construção, e isso é mais do que todo o transporte terrestre de pessoas”, precisou Zilic. Diante dessa realidade, posicionou a madeira como a única alternativa conhecida que “permite capturar carbono e não continuar contribuindo para a atmosfera”.

Essa vantagem ambiental requer um manejo florestal adequado, área onde a província de Biobío “está muito bem posicionada, porque temos uma indústria que cumpre esses padrões internacionais e certificações para uma indústria renovável”.

PAPEL DO ESTADO NA TRANSFORMAÇÃO

Os números revelam uma lacuna significativa no uso da madeira para construção. Enquanto no Chile ela representa aproximadamente 15% da produção, nos Estados Unidos chega a 95% do uso em infraestrutura residencial.

Zilic atribuiu essa diferença à falta de um ator único interessado em promover o material na construção. “A vantagem da madeira é sua versatilidade”, explicou, ao mesmo tempo que esclareceu que, se ela falhar na construção, pode ser destinada a outros usos.

O especialista enfatizou que a construção em madeira requer ajustes formativos e compreensão técnica para gerar projetos de qualidade. Comparou a situação com países bem-sucedidos no ramo: “Os países que têm construção em madeira possuem um Estado que zela pelo bem-estar de todos, já que não há um privado que possa impulsionar essa indústria”.

Para Zilic, a chave está no trabalho colaborativo. “É isso que vai fazer com que este material abra espaço: com a sociedade civil e os meios de comunicação”, afirmou.

TRIPLO IMPACTO: AMBIENTAL, SOCIAL E ECONÔMICO

O executivo pediu para não negligenciar nenhuma das três dimensões oferecidas pela madeira. Além de ser um material renovável que se preserva em estruturas, facilita processos de industrialização por ser leve, resistente e fácil de trabalhar.

Em termos econômicos, destacou que gera uma distribuição mais equitativa do desenvolvimento. “A PME pode ingressar e, com 800 serrarias em nível nacional, pode impactar positivamente na qualidade e quantidade do trabalho”, pontuou.

RECUPERAR CONFIANÇA POR MEIO DE PADRÕES

Para avançar no desenvolvimento industrial, Zilic considerou fundamental recuperar a confiança na madeira por meio de novos padrões consensuados. “Existem mecanismos para resolver os problemas que podem afetar a madeira, com medidas técnicas que precisam estar nesse padrão para que todos possamos ficar tranquilos”, assegurou.

Como estratégia concreta, o programa impulsiona a criação de uma plataforma onde as PMEs possam fabricar componentes de moradias em vez de casas completas. Essa modalidade permite que as pequenas empresas ingressem no mercado e agreguem valor à matéria-prima serrada.

“Quanto mais rapidamente as PMEs se concentrarem em cuidar da qualidade do seu produto, mais rápido irão surgir, porque transmitirão confiança aos atores a jusante”, projetou.

Zilic alertou que o sucesso desses novos modelos de negócio depende de uma fiscalização efetiva. Embora as PMEs possam fabricar as peças, alertou sobre o risco de a indústria reduzir os preços, burlando as normas.

“As PMEs podem fabricar as peças, mas se a indústria da construção baixar os preços ignorando as normas e isso não for fiscalizado, não teremos madeira estrutural”, concluiu.

Fonte:La Tribuna

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