Exportações florestais do Biobío caem mais de 20% em julho: celulose lidera perdas
A Região do Biobío, epicentro da indústria florestal chilena, registrou em julho de 2025 uma das quedas mais significativas em suas exportações recentes. Segundo o Instituto Nacional de Estatísticas (INE), os envios regionais totalizaram US$ 346,9 milhões, o que representa uma queda interanual de 28,6%.
O retrocesso explica-se principalmente pela contração do setor Indústria, onde se concentram as exportações florestais. A fabricação de celulose, papel e cartão caiu 41,7% em doze meses, enquanto o segmento Florestais recuou 23,3%.
Em conjunto, estas duas atividades, somadas aos alimentos, representaram quase 89% das exportações regionais. Somente a celulose gerou US$ 111 milhões em envios, embora este valor tenha sido US$ 82 milhões menor que o de julho de 2024.
Produtos florestais sob pressão
Os principais produtos vinculados ao setor também apresentaram quedas. A madeira serrada caiu 13,5% (US$ 43,3 milhões), enquanto o painel de fibra de madeira reduziu-se em 46,8% e os molduras de madeira recuaram 21,5%.
A soma de celulose, madeira serrada, contraplacados, molduras e painéis atingiu US$ 166 milhões, mais da metade do total exportado pela região, mas com perdas relevantes frente ao ano anterior.
China e EUA: destinos em retrocesso
O enfraquecimento da demanda internacional foi outro fator chave. A China, principal compradora de celulose, reduziu suas importações desde o Biobío em 46,4%, enquanto os Estados Unidos caíram 11,3%. Em conjunto, ambos os mercados representam quase metade das vendas externas da região.
Sinais de alerta para o setor
A queda sustentada das exportações florestais preocupa sindicatos e autoridades, já que o Biobío depende grandemente desta atividade para o emprego e a arrecadação regional. Se a tendência se mantiver, advertem, o impacto poderá sentir-se com força na cadeia produtiva local e na estabilidade das PMEs ligadas à madeira e à celulose.
