René Muñoz: “O setor florestal chileno é hoje uma indústria sustentável e com altos padrões trabalhistas”

René Muñoz: “O setor florestal chileno é hoje uma indústria sustentável e com altos padrões trabalhistas”

O gerente da Associação de Contratantes Florestais (Acoforag), René Muñoz, abordou numa entrevista ao canal do Youtube Ferramenta a transformação do setor florestal chileno nas últimas duas décadas, a violência que afeta a macrozona sul e os mitos que, na sua opinião, persistem em torno da atividade.

Muñoz sustentou que o trabalho florestal atual “já não é o que era há 20 anos”. Assegurou que as condições laborais dos trabalhadores melhoraram substancialmente graças à incorporação de certificações internacionais que exigem padrões em equipamento, segurança, transporte e acampamentos.

“Hoje é um setor que garante boas condições de trabalho com todos os requisitos que exige uma indústria sacrificada, mas profissionalizada. Os mitos que ainda persistem correspondem a uma realidade passada que não conseguimos derrubar”, afirmou.

Estigmatização da indústria

Consultado sobre a imagem do setor florestal, Muñoz reconheceu que existe um grau de estigmatização em relação à atividade.

“Somos associados a grandes grupos económicos e transmite-se a ideia de que a riqueza gerada foi à custa das comunidades do sul. Mas a realidade é que o investimento traz desenvolvimento e emprego. A indústria florestal gera trabalho e bem-estar em regiões que historicamente têm estado relegadas”, sublinhou.

Mitos e sustentabilidade

O gerente da Acoforag também se referiu à perceção negativa em relação às plantações de espécies exóticas, principalmente pinheiro e eucalipto.

“O mito de que as plantações prejudicam o meio ambiente é um erro. Os mais de 2,1 milhões de hectares plantados têm contribuído para o desenvolvimento regional e, além disso, existem 2 milhões de hectares erodidos que requerem cobertura vegetal urgente. Sem reflorestação não haverá neutralidade carbónica até 2050”, advertiu.

Nesse sentido, defendeu a sustentabilidade do setor:

“As árvores capturam CO₂ e libertam oxigénio. A madeira é um reservatório de carbono que pode transformar-se em papel, tecidos, materiais de embalagem e até em construção sustentável. Quanto mais florestas tivermos, maior será a nossa contribuição para a luta contra as alterações climáticas”, propôs.

Uma indústria chave para o futuro

Muñoz enfatizou que o desafio do Chile é compreender que a indústria florestal não é apenas um motor económico, mas também uma ferramenta ambiental.

“Hoje a construção em madeira no Chile alcança apenas 20%, enquanto na Europa chega a 80%. Temos que avançar nesse caminho. A madeira é o material do futuro se quisermos sustentabilidade”, concluiu.

A entrevista completa no canal do Youtube da Ferramenta:


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